sexta-feira, 31 de julho de 2009

Palavras

Pedra
é uma palavra
sólida
quando não se espatifa
insólita
em um meteoro
muitas pedras
são entulhos
improvisadas muralhas
entulho é uma palavra
bruta que lembra gruta
caverna e desespero
todas elas são palavras
que travam os passos
com os seus espaços gráficos
pontiagudos
passos são uma palavra
lentos ou apressados
aos gritos
ou sem palavras
Eu amo as palavras
todas todas
tímidas ou exageradas
firmes ou hesitantes
auto-suficientes ou subordinadas
todas todas
tolas ou sábias
aquelas que nos punem
e as que nos salvam
Eu amo
clamo as palavras
como as ama Arnaldo Antunes
ou José Saramago
e tantos outros
célebres ou fadados
ao anonimato
aqueles que vivem de fatos
e aqueles que tecem fantasias
cada qual em seu tempo
do seu jeito
e vocabulário
Eu amo o dicionário

o itinerário
o imaginário
os segredos das palavras
desculpe o intervalo
estava procurando outra palavra
Sou devoto das palavras
pois eu quero interpretar
com todas elas
e até mesmo com as que ainda
não foram inventadas
sílabas soltas procurando
significados e lugares
nas frases
eu invento novas palavras
algo calígrafo e sonoro
algo canoro rouxinol
que você ainda aguarda ouvir
para seduzir a lua e o sol







O que eu posso mudar?

O que eu posso mudar em minha vida, baby
o meu dia medíocre
o cotidiano ordinário
o lugar onde eu moro
a tristeza onde eu me escondo
o que eu posso, baby?
se já nem mesmo respondo
pelos meus próprios atos!
eu posso mudar a disposição dos móveis
namorar as páginas de um livro esquecido
olhar o teu album querido
pela milésima vez
e rasgá-lo em devoção
ou em desejo
o que eu posso mudar, baby
o curso do destino
o discursso entediante da minha vida
a ferida numa superfície ainda virgem
da minha pele
o que eu posso mudar
encolher os meus sonhos
esticar o pesadelo da realidade
o que eu posso mudar, baby?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

ESGRIMA


Se os meus versos
tivessem a medida exata
da distância do combate
se se refinassem como um florete
e incorporassem a marcialidade do sabre
com todo o ímpeto e impacto
que a lâmina
agride ou agrade
se todos os movimentos
ataques de surpresas
e os recuos covardes
fôssem perfeitos
- metálicos encaixes -
se as esgrimas das minhas rimas
perfurassem
os âmagos e máscaras
escudos e capas
e riscassem de carinhos
o seu peito
eu alcançaria a virtude
de um Príncipe Valente
que vive feliz em seus dois mundos
o real e o imaginário
se a esgrima fôsse um abraço
convergente de espadas...
se você fôsse a lança
que degolasse o elmo da solidão

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desdobrar


No papel
não habitam mais
poemas

Vive um vazio
extenso e
dolorido

Um querer evasivo
me tange e tortura
gritando:

Cadê o adiante?

Eu rezo o silêncio
sonhando origamis


Barbara Leite

Volontés




SunFlower - Bob Dylan



J'entraînerait serait pour se précipita loin du monde
Luminosité bords opaques et nuits lavent
Lampe qui i ofusque yeux
Mots-qu'ils apportent les absences de cas
Cris assourdissant des images en
Fil isolé filés prometteuse
Sentier-vacances tons sonore torturé regarder,
Cantil-it, enregistrer votre promenade subtile
Revides-terres et embrasser les solitaires sa bague
Vêtements-toutes les couleurs pour portent le jour
HUGS, hugs et dans le coin de bouche
Spécification-safe petit Rosa qui y sont volée
Cliquez sur le bouton, qui m'amène son visage rare
Vous - depuis le reste ne saura pas


Desirée Gomes

CANSAÇO

FAZER TUDO CANSA
NÃO FAZER NADA TAMBÉM CANSA
A MESA TEM PÉS
MAS NÃO ANDA
ASSIM COMO A CADEIRA
ESPREGUIÇADEIRA
OU QUE BALANÇA
JAMAIS SE LEVANTA
PREFEREM O PESO
DE QUEM NELA SE DESCANSA
FAZER TUDO CANSA
FAZER NADA TAMBÉM CANSA
QUEM DANÇA
SE CANSA
QUEM LEVA TÁBUA
TAMBÉM SE CANSA
QUEM ALCANÇA
LOGO CANSA
QUEM NÃO CONSEGUE
PERSEGUE ATÉ CERTO PONTO
E LOGO PARA
PORQUE SE CANSA
AS NOSSAS MÃOS TAMBÉM SE CANSAM
DE ESCREVER
DE TECLAR
DE ACENAR
DE RAIVA FECHAR
A PORTA DA ESPERANÇA
A JANELA DE UM SONHO
O RISO DE CRIANÇA
A LÁGRIMA MADURA
QUE ATURA UMA DOR!

sábado, 25 de julho de 2009

Cayó


Cayó la noche con el mutismo del sentir
bailando las pupilas saladas
pernotando el vacío
y el frío que abraza.

Cayó el sueño dibujado indeleble
memoria trasmutada en el tiempo
recorriendo caminos desiertos
donde las miradas duermen.

Cayó la sombra recubriendo latidos
paralizados los vientos alegres
sembrado el silencio
quemando la piel del alma.


Adriana Lippo
http://soplosdelalma.blogspot.com/

Pleasures

Blues bitter
Strong coffees
Slow tobacco
To avoid the hassle wind of nostalgia
Not to be overdue by sleep
To form your beautiful face
with the clouds of smoke
Its beauty is something like this ...
unspeakable..
something the powers of my senses!
is an infinite Blues
a fresh coffee always
a defect allowed
to distil a passion!

Faces

Faces and mouths
Eyes fleeting and deep
Look at a glance
which promises romance
Look deeply
that reveals the wonders of the world
Their faces
multiple
literate diamondin front
profileor turbani urge every moment
in
his presenceor in your souvenir
Faces
serious
fun It differs from the other?
your sweet mystery
the liquor that flows from his mouth
hair Chanelt
hat involvement without
Hatyour beautiful faces
kin veilre
flecting on paper
where i write my poems
that are more your
in time
Faces
charmsi wanted both
that one day you appeared
without covers
using blanket clothes
or fairsubtle necklines
echarpes on the neck
And impress me!

No there is before nor later

No there is before nor later
there is the present moment
among both of us distant physically
together in thoughts in opposed winds
be breeze in my storm
I am the root that pursues their petals
while I am earth you are the sprinkled air
of the more noblemen perfumes
Only enter in the two
no there is before nor later
past to lament or to exaggerated future
to dream or to fear
there is the instant the during the time mutant
your glance that freezes
mine your voice that I imagine friendly
that I wake up

sexta-feira, 24 de julho de 2009

GRILO


Estrilo estrilo
feito um grilo
que perturba
o seu sono tranquilo
e faz rever os seus sonhos
Estrilo estrilo
e mais que estrilo
estralo estrelas
e esquilo em todos os orifícios
dos seus sentidos
e sugo sangue-suga
os seus encantos
e percevejo em seus lábios
a promessa de um beijo
e mosquito em seus ouvidos
zumbidos sentimentais
e carrapato em sua pele
o tato exato do meu desejo
Estrilo estrilo
por aquilo
que ainda não foi consumado
fogos de artíficios guardados
Estrilo e pulo buscapé
tasco com raiva a biriba
ao chão quando o grilo em minha cabeça
trâvessa se espanta
daí então a borboleta
deixará de ser larva
e rodará besouro
em volta das suas pétalas libélulas.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Algazarra de Palavras

Palavras ao vento
Palavras dentro
de algum livro
ou em seu diário
em seu confessionário
manual ou virtual
ou alguma bula
ou em um desprezado panfleto
que alguém lhe deu
no tumulto da multidão
Palavras fora
derramadas nos muros
estampadas em lay-outs
Palavras ao relento
dispersas
pelo vento frio e cortante
da noite intrigante
Palavras jogadas fora
fora de hora ou providenciais
Palavras sem nexos ou essenciais

Algazarra de palavras
farras verbais
farpas orais
que ferem os ouvidos
bizarras cigarras travestidas
em signos verbais
sonhos de letras
Palavras que trazem você
Palavras que forjam imagens

Palavras de passagem
que fogem na margem do caderno
Palavras que às vezes
eu não consigo entender
que passam tão depressa
Palavras que ficam
se tonificam e se tornam poesias
Algazarra de palavras
lavra tantas frases
em prosa ou poesia
em fragmentos ou teses
Palavras excessivas
atrevidas
como as paixões devem ser
com toques picantes
rompantes errantes
Palavras carentes de sentido
que buscam outras
para conquistar os seus ouvidos
e produzir ruídos em seu coração
procurar em vão
também faz parte do caminho
a palavra fuga procura
a palavra abrigo
a palavra que eu mais desejo
está dentro do seu beijo permitido

Palavras escolhidas
pacientemente recolhidas
em um longo tempo
de reflexões e tentativas
Palavras que esmagam o cérebro
e estragam os sentidos
Palavras...palavras...
que a sua voz não trava
Palavras vindas de você
que me deixam,,,
sem palavras

terça-feira, 21 de julho de 2009

Olhos Suspeitos

Por um tempo olho no fundo das lentes,
por trás seus olhos
Os olhos do suspeito,
dormindo ou acordado?
Entorpecido,
me lança a remoer escritos e
andar no beco dos sonhos alvos.
Flutue aos braços da bailarina,
permita ser levado
a seus guardados,
pra você sem saber,
amor e flor
Sente-se com ela na ponta da estrela
que foi esquecida de contar,
abane a poeira
e ouça seu dia falso
enquanto tomam o café com açúcar
Não esconda os diamantes,
em suas mãos
a riquesa do coração já está posta.
Vou te contar,
em um tempo vestido de amarelo
uma flor tomou
nota do verde do regador
O jardim floreceu,
trouxe ao meu nariz um aroma adocicado
e aos ouvidos o zum-zum das abelhas mensageiras
E agora, ensandecida,
seus passos desejam habitar teu azul.
Enquanto seu assoalho lustroso aguarda,
vou colecionar mais um soneto
Um suspeito, a bailarina, a flor
ou apenas eu.


Desirée Gomes

domingo, 19 de julho de 2009

Aquele Cara

Quem é aquele cara
que anda ziguezagueando
pelas ruas e calçadas
cantarolando
velhas e renovadas baladas de amor
Parece estar sempre apaixonado
desligado de tudo
focado em uma imagem
perdida nos ares?
Quem é aquele cara
que passa por lojas e bares
e atreve alguns olhares
mas logo retorna `a sua miragem
Com certeza é alguém que crê em seus sonhos
e empreende no mesmo momento
tantas viagens
Quem é aquele cara
que dispara tantos versos
nas múltiplas faces
de um rosto
que só ele consegue interpretar?
Que é aquele cara
que anda sempre só
que bate o pó do moleton
e deixa a jaqueta sempre relaxada
aberta como se esperasse abrigar alguém
para oferecer o abraço mais longo possível
o abraço definitivo
para selar um amor
tão irresistível?
Quem é essa cara
esse andarilho
que truque é esse
de parecer que anda dentro de um conversível
com o capô sempre aberto?
que truque é esse
de parecer que voa sobre um tapete mágico
e faz florescer um deserto?
Seria a lâmpada de Aladim....

claro que não
apenas o clarão de um amor sem fim...
Quem é esse cara enfim
que mergulha em seu olhar?

FERA

FERA QUE FERE
INTERFERE
FEROZ
NA FOZ
DE TODOS OS SENTIDOS
SEUS URROS
FURAM OS OUVIDOS
ESTOURAM OS TÍMPANOS
SUA BOCA SEDENTA
SEUS DENTES
DE TRÁS DE FRENTE
PONTIAGUDOS CANINOS
FORTES MOLARES
FURAM
TRITURAM
MASTIGAM
MACHUCAM
TUDO
O QUE ESTÁ A SUA FRENTE
RENTE
INDEFESO
FERA QUE PROSPERA
NA ESPERA
DO QUE AINDA
ESTÁ LIVRE
E SE DESESPERA
QUANDO A PRESA
NÃO O APETECE
FERA
SEMPRE NA TOCAIA
ALERTA
FÚTIL
OU ESFOMEADA
SÓ SENTE O CARINHO
DE UMA AGULHA
QUE BORBULHA
UM ANESTÉSICO

Palavras Ácidas

Palavras ácidas
versos cáusticos
estou assim
longe de mim
cuspindo fogo
ouvindo gritos
aflitos
fritando os meus miolos
Palavras ácidas
queimam os ouvidos
de quem as consente
e queima a língua de serpente
de quem as profere
Baby o que você prefere:
palavras doces
versos caramelizados
grudados em impossíveis sonhos
ou palavras trágicas
vômito de versos
sujando ríspidas calçadas?
Olhares ácidos
areias escaldantes
retalhando peles e veias
estou assim:
leia em meus olhos
toda a revolta
por todas as coisas que não voltam mais...
pelo ácido presente
que me corrói!

sábado, 18 de julho de 2009

Escadas Quedas e Vertigens


A escada
em caracol
a preguiça
de subir
cada degrau
uma desculpa
para uma pausa
efeito e causa
falta o ar
o fôlego
o fogo súbito
de um incêndio
para obrigar
a fuga
o desespero
pular janelas
rasgar cortinas
fechar biombos
espumar extintores
fazer uma retrospectiva
uma rachadura
antes de virar escombro
dar os ombros
para o destino
esperar o assombro
do próximo segundo
duvidar de tudo
em cada degrau
mais me afundo
e em cada intervalo
sinto lacunas
olhar as colunas
as vigas-mestres
as vestes assustadas
com as labaredas
penduradas
em alquebrados cabides
ou jogadas ao chão
ou atiradas
sobre o espelho
que jamais
revida
e agride
apenas reflete
o que nele incide
atirar os vasos
as lembranças de pétalas
liberar aromas
incensos voláteis
na redoma concreta
da insuportável casa
olhar o lustre
o embuste de luzes
apagar os interruptores
ficar escuro
sonhar atravessar as paredes
e pular os muros
desafiar as ruas
os automóveis
os transeuntes
tudo que se ajunte
ou se disperse
o osso duro
que o cão lambe
deliciosamente
a poça translúcida
que faz recordar
a recente chuva
e refrescar
o pássaro longíquo
a atitude de tentar
a plenitude
desprezar as quedas
e não temer vertigens
a atitude
a virtude
de não sucumbir
à decadência
à falência dos sentidos
o beijo espremido
num guardanapo retorcido
a lágrima
que rola escondida
sobre uma face
que procura o disfarçe
de um lenço
sofrer a sua influência
a sua ausência
saber que a sua aderência
é eterna!

ENCAIXES

UMA CAIXA
NEM SEMPRE ENCAIXA
EM OUTRA CAIXA
UMA CAIXA
NEM SEMPRE
CONSENTE
FICAR ABAIXO
DE OUTRA CAIXA
UMA CAIXA ABERTA
PODE COMPORTAR
UMA CAIXA FECHADA
MAS UMA CAIXA
VEDADA
NÃO ABRIGA UMA CAIXA ABERTA
SÓ OUTRA
NA MESMA SITUAÇÃO
E APENAS ENCOSTADA
UMA CAIXA É UMA CAIXA
ENQUANTO
O PAPELÃO NÃO RELAXA
ENQUANTO O CUPIM
NÃO DEVASTA A MADEIRA
ENQUANTO A FERRUGEM
NÃO CORRÓI O FERRO
ENQUANTO O AÇO
NÃO RECEBE O IMPACTO
DE ALGO MAIS FORTE
UMA CAIXA PODE DESLIZAR
DURANTE O TRAJETO

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tarde Intensa

Tarde psicodélica...
conversas, amiga, risos, conceito ou anti-conceito
Aroma de café no quarto,
Smiths cantando no mais alto volume
medos e arrependimento leve
Unhas vermelhas, desenhos e roupas novas
Planos, fotos e livros
Cabelo novo, mais camaleônica impossível!
Cinema, óculos e chopp
cigarros e um sabor doce forte na boca, de querer tudo novamente
Banho quente e roupas sonolentas
E ainda peço mais
e mais e
mais...
te ver ainda hoje.
Um arremate dourado no dia prateado e reluzente.
Te mando beijos, brandos ou efusivos, beijos apenas, meu amor


Desirée Gomes

Atmosfera

Toda essa espera
A jaula e a fera
cobertas pela densa fumaça
a garoa fina e fria
que devassa
cabelos e pensamentos
A luz uniforme
do projetor de películas
do antigo cinema
o farfalhar dos papéis brilhantes
que cobrem os drops
que substituem as palavras
e descem errantes
em nossas bocas
e gargantas
o beijo em cápsulas
os desejos comprimidos
dentro de guloseimas
nossas mãos unidas
suores excessivos
tão graficante estar com você
na matiné
ou no soiré
ficamos no escuro no breu
no silencio
e no entanto confessamos tanto
um ao outro
você é o meu espelho
eu sou o seu reflexo
e vice versa
a conversa dentro do silencio
A atmosfera do amor
que prospera
em toda esfera dos nossos sonhos!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Chuva-poema

Sutil Mistério

Mistério sutil
que se vê
em lindas imagens
películas que trasnsplantam
a sua pele
com toda a arte
que ela merece
Mistério sutil
que me enobrece
que eu sinto
cada vez que você aparece
em minhas lembranças
em minhas andanças pela metrópole
em meu caderno de poemas
como os mais burilados versos
Mistério sutil
refil de sonhos
para as minhas noites de abandono
Sutil
sutil mistério
que não ouso desvendar
nele habita
toda a razão de eu
eternamente lhe amar
Sutil mistério
jamais senti a emoção de um amor assim
um amor que não tem fim
apenas começo
arremessos de versos
em você meu universo

Escrivaninha




Ela é minha,
tão minha e adorada
ela guarda
pedaços da minha vida
preserva a minha memória
e serve como base aos meus projetos
ela guarda e me aguarda
todos os dias
nas auroras
e madrugadas
guarda objetos
fúteis
inuteis
obsoletos
estranhos
vitais
canetas antigas
lápis reluzentes
cadernos de poemas
folhas avulsas de papel canson
com inquietantes rabiscos
esboços de sonhos
alvoroço de riscos
e inusitadas perspectivas...
a minha escrivaninha guarda e... aguarda
polida o pouso das minhas mãos ...
a turbulência da minha solidão
até o fechar do seu velho tampo...
os livros, os albuns com os seus heróis e vilões
vão dormir!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

VESPERTINO

VESPERTINO

Hoje chego mais cedo amor
sem paciência de esperar a noite
para lhe reencontrar
Adoro quando você vem
com a intrepidez de um trem violeta
Hoje estou vespertino
e descortino a tela de um cinema antigo
em plena matíné
e sinto o meu coração explodir mais do que pipoca
quando lhe reconheço em meio a tanta gente
Você vem do jeito que aparece na foto de perfil
Linda! hilariante
qual uma dançarina de charleston!
O jornal já passou
o trailer do filme noturno também
A película principal já apresentou todos os créditos
enquanto eu, incrédulo,
satisfaço o meu sonho
e lhe beijo com todo amor
que um The End merece!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mais Recente

Eu preparo o ambiente
há de ser quente
aconchegante
pode ser o vagão restaurante
de um trem
onde as taças de cristal
se beliscam metálicas
sem necessitar de nenhuma ajuda
apenas o sacudir do vagão sobre os trilhos
Eu preparo o ambiente amor
repouse tua cabeça sobre o meu ombro
e desfrute de todas as paisagens
Eu estou aqui prá te oferecer calor
abrigo conversas dispersas
segredos de infância
temores adolescentes...
Descubra-me nesta viagem
e verás que em minha bagagem
o pesor maior vem de tua presença...
Eu abro e te ofereço os presentes:
uma blusa violeta de seda
uma garrafa de licor de abricot
um anel que deixará de ser solitário
em seu dedo
a primeira edição de um romance de Machado
repleto de gravuras...
a réplica em miniatura de um singelo trem...
o mais recente
e inocente pretexto
para entrar clandestino em teu texto
e se dissolver em teu versoooooooooooooooooNNNNNNNNNNNNNNNN

Salve