sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

MEDITAÇÃO de Fernanda Rodante

Abrir a janela
contemplar a paisagem exterior
e , debruçar sobre ela
todo o seu interior
este pássaro cantor
que deseja a liberdade
de voar
e experimentar
a brisa do amor!

Trajetória

O começo
ah! sempre o começo
o primeiro arremesso
esta estória eu conheço
asssim como Charlie Brown
e quantas vezes se repete...
repetindo os mesmos erros de sempre
desastrados arremessos
(quando, enfim, vou completar todas as bases?)
Era uma vez...Mentira!
foram e são tantas vezes
inícios repletos de vícios do passado
prenúncios presunçosos
passos seguros no limiar
mas que no meio do caminho
drummoniano
já nem mais deixam rastros
Este caminho eu conheço
como a palma da minha mão
Este caminho tem volta
porém no retorno há uma companhia
chamada desilusão
É o caminho tenebroso da frustração não é Charlie Brown?
É o labirinto que me deixa kafkatordoado
e as pedras saltam
rolam sobre nós
e os espinhos atravessam
nossas gargantas
e nos deixam sem voz
antes tão estridente
e tolos calados seguimos
carregando o pesado fardo da resignação
não é Charlie Brown?
mas antes caminhar se arrastar
do que parar
pois quem pára morre
quem pára é estátua
para ser pichada
ultrajada
Há em cada membro
em cada veia
cada músculo
cada olhar
um coração ocultado
um degrau coringa
pois se alguma peça falta ou falha
outra imediatamente assume
o seu lugar
e enquanto alguma bater ressoar
há de se misturar com o som
de um velho par de sapatos.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

LEMBRANÇATIVA

foto de Aloisio Neves
http://toninhohorta.blogspot.com/
A velha imagem do trem

sempre presente

nos trilhos da minha vida.

A imponente e graciosa locomotiva,
espirrando faíscas,

lançando densos vapores,

anunciando uma viagem de sonhos,

prometendo encontros e diversos amores:

amor à natureza,

às paisagens e

a contemplação da sagração dos segundos.

Os vagões importantes coadjuvantes:

o vagão correio,

o vagão de primeira classe,

o vagão de segunda classe,

o vagão restaurante e

o vagão panorama.

Os trilhos e o seu brilho inoxidável,

os dormentes de madeira esquadrinhando

as pedras cinzas de um extenso mosaico.

A via férrea, os sinais, os desvios e as bifurcações.

A aventura, a dor de partir e as recordações.

A velha imagem do trem puxada pela lembrançativa,

sempre presente, cativa

nos trilhos da minha vida.

As réplicas infantis

Piuiiiiiiii......Piuiiiii......

os desejos juvenis....Piuiiiiii,,,,,,

os remorsos da maturidade.....Piuiiiiii......

as cidades transfiguradas...................Piuiiiiii......

as pessoas mudadas.........Piuiiiiii........

as casas abandonadas..................Piuiiiiii.......

Tudo muda e a vida do encanto é descolada....

E a velha imagem do trem

apressadamente...

passa pelas cancelas do tempo.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Changed Papers

The night is a stroll of the death among the city
That its tired and nervous sleep sleeps,
Drinking next to the untied drunks
In the dawn.


The inertia of everything does not announce a wild jazz
That it touches in bars in the way of streets
Blacks,sweated and desert.


- the wind loads for far
alone dry and the untied one of saxofone,
and the cold that I obtain brings and leads
it is a life bath that the death delivers -


In the night the death if inebriates
with drinks in the lips of prostitutes in expedient end,
As a devoid customer
That with it kisses it to affection fondles and it.


In the morning it returns to its craft
And spreads its victims who had slept calm
In its hot an lined beds.


- the deaths of the night
they had beer assassinated by the proper life .





André Espínola

CHET BAKER

...quando o trompete interpreta o coração!

Papéis Trocados

de André Espínola
o namorado da Jessiely Soares
A noite é um passeio da morte por entre a cidade
Que dorme seu sono cansado e nervoso
Bebendo junto aos bêbados soltos
Na madrugada.
A inércia de tudo não anuncia um jazz louco
Que toca em bares no meio de ruas
Negras, suadas e desertas.
- o vento carrega para longe
o solo seco e solto do saxofone
e o frio que consigo traz e leva
é um banho de vida que a morte entrega -
Na noite a morte se embriaga
Com tragos nos lábios de putas em fim de expediente,
Como um carente cliente
Que com carinho a beija e a afaga.
Na manhã ela retorna ao seu ofício
E espalha sua vítimas que dormiram tranqüilas
Nas suas camas quentes e forradas.
- os óbitos da noite
foram assassinados pela própria vida.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Solidão

às vezes não temos nem palavras
para nos fazer companhia.

Clandestino

Eu
um clandestino no teu destino
espinho na flor
dos teus dezoito anos comportados
cercados de rígida obediência
aos teus pais tão dedicados.

Eu
o lírio do delírio
que te envolve
que arranca a tua verdade
expõe a tua culpa
e não te absolve.

Eu
a sombra na tua luz
que te conduz
aos caminhos marginais da vida
que no fundo tanto te seduz.

Eu
um fantasma nos teus devaneios
vulto que com a força de um insulto te apavora
e por todos os meios
sem que hajam límites e freios te devora
até que o teu próprio medo vá embora.

Eu o oposto do teu príncipe encantado
forjado em sonhos ingênuos
na cama frágil da tua adolescência.

Eu
uma chuva a toa
que escoa sobre a janela dos teus olhos
e te revela
a paisagem da nossa eterna primavera.

Eu
teu homem
com tanta fome de te amar
com o desejo ardente de voltar a ser criança
no teu colo tão aconchegante
mais do que qualquer esperança.

Eu
um homem clandestino
que no teu destino
te fez mulher
como tu mereces ser.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

KAFKA

O voyeur do absurdo


VOYEUR

Um olhar de um voyeur
atravessa janelas e janelas
simultâneas janelas
vidraças esparssas
vitrais
vidros
claros
escuros
transparentes
difusos
um olhar de um voyeur não têm límites
não tem escrúpulos
atravessa cortinas e cortinas
tecidos
texturas
atravessa treliças e biombos
toalhas que escorregam
pelo piso dos cômodos
camisolas que evaporam sonhos
lençois e suas dobraduras
suas linhas retas
suas linhas curvas
a moldura da cama que flutua
Um olhar de um voyeur
sempre procura
a mais improvável distração
a cobiçada revelação
mesmo numa sómbria face
Um voyeur pode se apaixonar
até por um disfarçe!.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Off the love that does not understand

My love
it does not understand of measures,
nor of distance none


Not even it knows
the cloud
that of so hing,
it is not perfumed.


It does not know to keep
secrets,
it does not understand of fears,
it does not fear the absences
and therefore,
it does not agonize, lost,
in the sad nights of the street.


My love
he is entire
while it is divided


Off there you distress it does not understand
nor of pains
or of sadness some.



Jessiely Soares

FLORES DA ALMA de Manabu Mabe

Uma vez perguntaram a Manabu Mabe: como você consegue pintar um sonho?
e ele simplesmente respondeu: é preciso sofrer!

Do Amor que não entende

de Jessiely Soares
a minha jovem amiga poetiza que vive um grande amor
O meu amor
não entende de medidas,
nem de distância nenhuma.
Nem mesmo conhece
a nuvem,
que de tão alta,
não se perfuma
Não sabe guardar
segredos,
não entende de medos,
não teme as ausências
e por isso
não agoniza, perdido,
nas tristes noites da rua.
O meu amor
é inteiro
enquanto é dividido.
Dessas angústias ele não entende
nem de dores
ou de tristeza alguma.

Namorados

Ismael Nery
Nada melhor na vida
do que estar
perdidamente
apaixonado

DESIRE

I desire that each word of this poem, baby
when you to read left of being only word
play to the wind to become itself into affection
that each word had the power to penetrate in the skin
as thorn that does not wound
but the mark of the love only leaves that
I always dedicated to it with devotion
You the certainty! much they go to say with its malicious voices:
You desired it because it was prettiest perhops the most coveted
because if you walked of hands give interlaced with the soft hands
off it all would go to die of envy!
This is truth! I cannot
This is truth! I cannot deny
the desire had the attraction to conquer and to fell for the first time
the perverse side of the jealousy
and the fear on the probable one loses
but for backwords of this always new
exactly in my naviety and inexperience
wich age my place in this story
then I always was a loafing dog in its front
what you did not obtain to prevent, baby
its was to hold my imagination
you were my princess
my fairy
my Patty Duke
loved mine
my ideal woman
that I never had in the real plan
but that in my dreams it was always present
stick in my pillow
as an obsession
that it brought me more peace of what anxiety
I had the privilege of it to know, baby
and this does not happen all day
a luck blow is a true lottery
I was gotten passionate since the first one look at
as the explain this magical foolishness
as the leave this involving wonderfull riel of lines
that if convert into verses.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Poeta e a sua Gaita

BOB DYLAN
Tenho muitas palavras e sentimentos
para revelar...
mas sempre reservo um espaço e um tempo
para deixar a minha gaita chorar.

ROTA 66

O que você sabe de mim
apenas rumores
nada mais
Rumores dos amores e dissabores
que eu vivi
Eu que tive muitas rotas para escolher
e ainda outras as tenho
mas já não me empenho como antes
em encontrar novos amigos
novas experiências
novos passantes
Hoje ao passar dos anos
implacável decadência
quando os planos se desbotam
e corroídos denotam ultrapassagens
rugas fugas saliências
me embrenho no território fantástico
dos sonhos
Às vezes, muitas vezes tolas vozes
é melhor fechar os olhos
tapar os ouvidos
e acordar quem sabe
num dia qualquer de 66
e percorrer caminhos
dentro de uma Corvette vermelha
e tentar descobrir pelo retrovisor
se ainda o mundo espelha
um futuro promissor
O que você sabe de mim
se os meus caminhos
não têm início meio ou fim
se os meus caminhos
são trilhas inconscientes
que o presente traça
então faça uma reflexão
o que você sabe de mim
se não que eu ainda te amo tanto.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Butterflies

Butterflies
in its fragile wing
they take letters
to compose poems in air
letters bubble
in the sky
of the imagination
of who it knows to dream.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

ESTRANHO E ENCANTADOR

tela de Magritte
Estranho e encantador é o amor!

se eu pudesse encontrar uma forma de tocar

o seu coração...eu encontraria a minha própria redenção!

Luzes do Amor

Tudo a memória pode apagar
A forma e a engrenagem do primeiro brinquedo
O conteúdo do primeiro caderno escolar
A primeira desavença familiar
O primeiro ato rebelde
O início do protesto
A transformação para a maturidade
O recurso da ternura
Tudo a memória pode apagar...
Menos as luzes do amor!

inspiração: Keila Lorrainy

Lights of the love

Everything the memory can erase
The form and gear of the first toy
The content of the first pertaining to school notebook
The first domestic disagreement
The first rebellious act
The beginning of the protest
The transformation for the maturity
The resource of the tenderness
Everything the memory can erase...
less the lights of the love!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Pipa de Fernanda Rodante


PIPA

Quero alcançar o céu
desvendar o véu azul anil
Quero encontrar uma estrela
que possa abrigar os meus sonhos
Então preparo a carretilha
com toda a necessária linha
para alinhavar a minha aventura pelo ar
Enfim vou soltar o meu sonho pelo céu
e no papel seda vou gravar o teu lindo nome
para que todo o universo saiba que ele
é mais do que um nome ele é um verso
que flutua e se perpetua no tempo ao léu
Pipa no seu corpo de papel
e delgadas ripas de taquara
prepara o meu caminho da felicidade.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

CIRCO






















À Ademar Del Poz






antigo amigo dos tempos de Colégio Duque de Caxias de Santo André






um defensor dos animais e de vidas humanas menos hipócritas


















Um circo






não precisa de animais






de domadores






de métodos brutais






Um circo precisa só de alegria






e se o espetáculo






conseguir resgatar






a criança que existe em cada um de nós






já será a maior magia






iludir com a acrobacia






de movimentos e sentimentos






e tornar a vida uma pura diversão






na profusão de risos






e nos ofertar a conduta de doces palhaços






na comunhão






entre todos os seres vivos






do planeta.


fotos do Circo de Soleil





















quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Palavras, Imagens e Confissões





Na agitada metrópole alguém já um tanto cansado


por tantos dias vividos, contempla com melancolia,


mas conserva










que também pode abrigar ternura Uma luz no fim


do túnel



Ás vezes é bom meditar





Nesta foto, neste tempo, nós erámos muito parecidos:


olhos pequenos, fartos cabelos...





É sempre bom ter alguém


ao nosso lado












...mas se não tiver e se ela nem souber...






...é reconfortante saber que ao menos temos uma linda lembrança







...e quem sabe um dia em uma canção...











ou poesia...


declarar




















o quanto ainda a ama!



terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

MINHA INFÂNCIA de Jurandi Assis

O pião
gira gira gira
e prende a atenção
enquanto o tempo, célere, passa...
na conspiração
contra o encanto da infância.

Relíquia do Tempo


Podemos acumular nesta vida
bens materiais
fracassos ou vitórias pessoais
mas nada poderemos levar
se não lembranças...
então que guardemos
as mais doces.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

DOCERIA CINDY

Será que moram doces ainda na Rua Monte Casseros
tenho saudades de vê-los atrás das vitrines atraentes da Doceria Cindy
Cindy este é o nome da namorada do Zé Colmeia
o urso que roubava potes de mel para oferecer à sua amada
Será que moram doces ainda na Rua Monte Casseros?
Seria tão bom revê-los!
pudins, tortas de morango, bolo de nozes, "latinhas de lixo" (por que este nome? ),
bombas de chocolate com chantilym explodindo nas bordas.
Quando eu passava por esta rua eu via doces
e entrava na doceria e comprava mais doces do que devia
e dizia a mim mesmo vou dividí-los com a linda menina,
mas, depois, hesitava e desistia.
Muito açúcar faz mal à saude e, principalmente, aos dentes.
Eu sei um sorriso é fundamental, porém eu quase sempre tinha o olhar triste
e quase tudo que poderia ser doce em minha vida, adquiriu amargor com o transcorrer do tempo.
Na Rua Monte Casseros moram ainda doces?
Não sei, mas se não moram, deixaram doces recordações.

Paranapiacaba pelas lentes poéticas de Bel Gasparotto

Nascente - Trilha





Estação ferroviária





Maria Fumaça


















Trem abandonado

PARANAPIACABA

Paranapiacaba
ou onde se vê o mar
ou ainda onde o progresso acaba
Casas de tijolos aparentes
telhados de ardósia
Paranapiacaba
incrustrada no alto da Serra do Mar
Planos inclinados
matas ainda virgens
misteriosas e indeléveis cachoeiras
águas límpidas
riachos tranqüilos e sombreados
trilhas fascinantes
onde surgem inesperados perigos e emoções
Paranapiacaba
paisagem bucólica
densa neblina de mistérios
Igreja de Bom Jesus
Largo dos Padeiros
Castelinho reinando imponente
Trilhas e Trilhos
Pedras e dormentes
Viajantes e clandestinos do tempo
Paranapiacaba
jamais acaba
enquanto houver névoas
que encantam pensamentos.

Vagalume

Do vagalume
tenho ciúme
da tua luz perene
verde imune
ao negro ímpune
tenho inveja
da tua luz esmeralda
nos muros pontilhada
Minúsculas passageiras fadas
esmeradas varinhas mágicas
riscando a noite
fosforescente gume
de ti tenho ciúme
pirilampo
pequeno corpo verde casulo
vasto campo verde
relâmpago,

domingo, 3 de fevereiro de 2008

SINUCA de Fernanda Rodante




Bilhar Paulista


Raul meu amigo vamos dar um giro
pelo passado e eu então sugiro
atravessar a Galeria Oliveira Lima
e subir no Bilhar Paulista
e por a conversa em dia
Estou numa sinuca com a minha própria vida
sempre fui um jogador na vida
vivo cada dia como se fôsse o último
vivo cada amor como se fôsse o único
sempre erro o taco
e rasgo o pano
Por que tem que ser sempre assim
quando vou encontrar a minha paz?
Mas será mesmo que eu desejo a placidez de dias sempre iguais,
será que eu desejo as relações normais?
É duro encaçapar uma bola, quanto mais uma seqüencia
...estou com fome...e o lanche quente...seduz o meu olfato e o meu estômago...estou com sede...e a bebida gelada desce na güela como uma chuva no deserto...estou carente...e a lembrança dela faz fervilhar todo o meu sangue
...é bom reencontrar um amigo...pelo menos podemos desabafar!
Na decadência apuro os meus sentidos e pondero as lembranças
Sabe o que eu reencontrei:
um amor puro, um amor criança
que não sabia nada sobre sexo e diferenças sociais
ele apenas se sustentava na profundeza de um olhar!
Este encanto junto com a tristeza jogo agora na mesa de bilhar
e essa sólidas bolas coloridas de marfim sempre a rolar...









sábado, 2 de fevereiro de 2008

Páteo do Colégio

Páteo do Colégio
quantas vezes tivemos o privilégio
de reunir
nossos amigos
nossas verdades
nossos mistérios

Salve