A gangue sobrevive
mesmo em ruas mais estreitas
e becos vigiados
por câmeras camufladas
instaladas no alto dos postes
e marquises maquiavélicas
A gangue se fortalece e rejuvenesce
quando encontra mais perigos
e se enlouquece se apetece
quanto mais altos forem os muros
As gangues gostam de concretos apuros
pactos de sangue e groselha
em cenários cinzas
que unem o preto ao branco
e criam atmosferas impregnadas
de mistérios e neblinas
Alguns chegam a pé
com os seus sapatos abotinados
ou tênis desamarrados
que mostram as suas línguas sedentas
por novos caminhos
outros chegam com seus cavalos de aço
e motores eufóricos
As gangues brigam por espaço
saem no braço em correntes
socos ingleses armas brancas
ou qualquer outro artefato
que possam ferir e humilhar
As gangues sobrevivem mesmo por lutar
por todos os motivos
fúteis passionais emotivos
ou sem motivos só para mostrarem
como tijolos aparentes
que os seus integrantes ainda estão vivos
ainda procuram sentidos em viver
Carlos Gutierrez
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
NATIMORTO
ANDO...
ANDO...ANDO...CAMBALEANDO...ANDO...
ANDO MEIO TORTO
SEM RUMO
NATIMORTO
À PROCURA DE UM PORTO
DO FAROL DO SEU OLHAR
E DE UM CAIS ONDE EU POSSO ATRACAR
O MEU BARCO E POSSA ABARCAR
TUDO O QUE AINDA OS MEUS SENTIDOS
POSSAM PROVISIONAR
PULO UMA POÇA D!AGUA P O
PENSANDO QUE ELA SEJA UM MAR
ANDO E DESANDO L
ANDO CURVO
TURVO OLHAR
NATIVO DO AMOR
CATIVO DAS SUAS LEMBRANÇAS
CULTIVO EMOTIVO
O QUE AINDA SE PODE OCULTAR
ANDO MEIO CURVO
MEIO CORVO MEIO ESTORVO
E AINDA SOBREVIVO
MESMO NATIMORTO
DESEJO VIVER ESSE AMOR
Carlos Gutierrez
ANDO...ANDO...CAMBALEANDO...ANDO...
ANDO MEIO TORTO
SEM RUMO
NATIMORTO
À PROCURA DE UM PORTO
DO FAROL DO SEU OLHAR
E DE UM CAIS ONDE EU POSSO ATRACAR
O MEU BARCO E POSSA ABARCAR
TUDO O QUE AINDA OS MEUS SENTIDOS
POSSAM PROVISIONAR
PULO UMA POÇA D!AGUA P O
PENSANDO QUE ELA SEJA UM MAR
ANDO E DESANDO L
ANDO CURVO
TURVO OLHAR
NATIVO DO AMOR
CATIVO DAS SUAS LEMBRANÇAS
CULTIVO EMOTIVO
O QUE AINDA SE PODE OCULTAR
ANDO MEIO CURVO
MEIO CORVO MEIO ESTORVO
E AINDA SOBREVIVO
MESMO NATIMORTO
DESEJO VIVER ESSE AMOR
Carlos Gutierrez
Fogueiras
Fogueiras
como fazê-las
torná-las toleráveis
e até mesmo aconchegantes
fagueiras
como se fôssem lareiras
Fazê-las
com folhas novas recentes verdes
junto com folhas velhas ressecadas
e misturadas em madeiras várias
novas e antigas
polidas e estragadas
que foram adoradas
por mãos e espanadores
lustras-móveis
poliflores
ou sofreram machadadas
ou invasões de insetos
formigas cupins e outros afins
madeiras
de afetos e fétidas
maciças compensadas ou em lascas
ripas
raízes troncos galhos
tripas das árvores
lisas rugosas
gravetos forquilhas
pedaços que já foram mobílias
encaixes depósitos
baús rústicos cofres
cavalinhos de pau
ou rodos vassouras cabos de enxada
e rastelos
feixes mastros paus de sebo
varetas de pipas
Fogueiras
como fazê-las aromáticas
com papéis de todas as espécies
caros ou baratos
de pão de jornal de embrulho
de sulfite de linho de seda
papéis em branco virgens
papéis riscados rasgados
amassados
manchados de tintas
suores noturnos
lágrimas de sonhos
borrões respingos
gotas de perfumes
pistas de orvalhos
lascas de esmaltes vencidos
Fogueiras
como uma intrépida
Maria Fumaça
o fazê-las fagueiras
como fagulhas
que lembrem espetáculos
passagens de anos novos
e circos místicos
que lembrem
lampejos pirotécnicos
fumaça branca de papa
fumaça densa e alegre de uma intrépida
Maria Fumaça
Combustão aromática
defumagens de paisagens
lascas de árvores perfumadas
sândalos vândalos na floresta
pedaços de metais
de vidros
de porcelanas chinesas
ind evidos
mas que estavam por algum motivo
retidos no chão da terra
assim como pregos e parafusos solitários
arruelas perdidas
pedaços de arame contorcidos
que fugiram das cercas
talvez pela própria ferrugem
Ação do tempo
fuligens
Fogueiras
como fazê-las
sem as tornarem agressivas
abrasivas de intrigas
com madeiras papéis
vencidos esquecidos
nem lidos
jogados
revirados
papéis rapidamente tragados pelo fogo
pelo jogo e jugo impiedoso das labaredas
Queima de arquivos
mortos e móveis
Papéis carbonizados
agonizados em chamas
que viram cinzas
e depois se resfriam
dissolvidas
em córregos rios poças d'água
que as levam sem mágoas
sem saber jamais
o que estava e o que não estava
escrito
tão pouco as suas entrelinhas
Fogueira como fazê-las
acrescentar aos papéis e madeiras
penas dispersas de aves
lembranças de voo
penas de pássaros
pedaços de ninhos
asas de cigarrras
que já não cantam mais
varetas de bambu
metais
ferro alumínio
folhas de flandres
caixas Tetrapak
pedaços de canela
alguns cravos
de temperos e lapelas
pétalas e pólem
beijos doces de abelhas
para tornar
a fogueira mais aromática
e impregnar a roupa
e a pele do corpo
com o seu perfume mágico
Fogueiras
para fazê-las tudo é válido
papéis madeiras penas
carvões tecidos
e cascas de frutas
longas de laranjas
doces e ácidas
c urtas de bananas
cascas moles ou duras
de castanhas ou cerejas
caroços e sementes
pó de café
ervas
aditivos extras
fortes e suaves
querosene alcool
gasolina
latex de elásticos cansados
c lipes abertos enferrujados
que não precisam segurar mais nada
grampos que sonharam ser grilos
tabaco
E para atiçar mais o fogo
e manter as brasas mais vivas
vermelhas
carismáticas aos sentidos
revirar acariciar a fogueira
com uma pá ou outro objeto
que improvise
e mantenha os aromas suspensos no ar
contra o espêsso e negro gás carbônico
Fogueiras
difícil mantê-las
difìcil extirpá-las
ainda mais quando elas crepitam
as nossas vaidades
Carlos Gutierrez
como fazê-las
torná-las toleráveis
e até mesmo aconchegantes
fagueiras
como se fôssem lareiras
Fazê-las
com folhas novas recentes verdes
junto com folhas velhas ressecadas
e misturadas em madeiras várias
novas e antigas
polidas e estragadas
que foram adoradas
por mãos e espanadores
lustras-móveis
poliflores
ou sofreram machadadas
ou invasões de insetos
formigas cupins e outros afins
madeiras
de afetos e fétidas
maciças compensadas ou em lascas
ripas
raízes troncos galhos
tripas das árvores
lisas rugosas
gravetos forquilhas
pedaços que já foram mobílias
encaixes depósitos
baús rústicos cofres
cavalinhos de pau
ou rodos vassouras cabos de enxada
e rastelos
feixes mastros paus de sebo
varetas de pipas
Fogueiras
como fazê-las aromáticas
com papéis de todas as espécies
caros ou baratos
de pão de jornal de embrulho
de sulfite de linho de seda
papéis em branco virgens
papéis riscados rasgados
amassados
manchados de tintas
suores noturnos
lágrimas de sonhos
borrões respingos
gotas de perfumes
pistas de orvalhos
lascas de esmaltes vencidos
Fogueiras
como uma intrépida
Maria Fumaça
o fazê-las fagueiras
como fagulhas
que lembrem espetáculos
passagens de anos novos
e circos místicos
que lembrem
lampejos pirotécnicos
fumaça branca de papa
fumaça densa e alegre de uma intrépida
Maria Fumaça
Combustão aromática
defumagens de paisagens
lascas de árvores perfumadas
sândalos vândalos na floresta
pedaços de metais
de vidros
de porcelanas chinesas
ind evidos
mas que estavam por algum motivo
retidos no chão da terra
assim como pregos e parafusos solitários
arruelas perdidas
pedaços de arame contorcidos
que fugiram das cercas
talvez pela própria ferrugem
Ação do tempo
fuligens
Fogueiras
como fazê-las
sem as tornarem agressivas
abrasivas de intrigas
com madeiras papéis
vencidos esquecidos
nem lidos
jogados
revirados
papéis rapidamente tragados pelo fogo
pelo jogo e jugo impiedoso das labaredas
Queima de arquivos
mortos e móveis
Papéis carbonizados
agonizados em chamas
que viram cinzas
e depois se resfriam
dissolvidas
em córregos rios poças d'água
que as levam sem mágoas
sem saber jamais
o que estava e o que não estava
escrito
tão pouco as suas entrelinhas
Fogueira como fazê-las
acrescentar aos papéis e madeiras
penas dispersas de aves
lembranças de voo
penas de pássaros
pedaços de ninhos
asas de cigarrras
que já não cantam mais
varetas de bambu
metais
ferro alumínio
folhas de flandres
caixas Tetrapak
pedaços de canela
alguns cravos
de temperos e lapelas
pétalas e pólem
beijos doces de abelhas
para tornar
a fogueira mais aromática
e impregnar a roupa
e a pele do corpo
com o seu perfume mágico
Fogueiras
para fazê-las tudo é válido
papéis madeiras penas
carvões tecidos
e cascas de frutas
longas de laranjas
doces e ácidas
c urtas de bananas
cascas moles ou duras
de castanhas ou cerejas
caroços e sementes
pó de café
ervas
aditivos extras
fortes e suaves
querosene alcool
gasolina
latex de elásticos cansados
c lipes abertos enferrujados
que não precisam segurar mais nada
grampos que sonharam ser grilos
tabaco
E para atiçar mais o fogo
e manter as brasas mais vivas
vermelhas
carismáticas aos sentidos
revirar acariciar a fogueira
com uma pá ou outro objeto
que improvise
e mantenha os aromas suspensos no ar
contra o espêsso e negro gás carbônico
Fogueiras
difícil mantê-las
difìcil extirpá-las
ainda mais quando elas crepitam
as nossas vaidades
Carlos Gutierrez
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A Curva da Cintura
A curva
da cintura insinua música dança harmoniza o corpo
destila e estiliza os movimentos
A curva da cintura curvatura atura o frenesi de um corpo
e compete com as outras curvas
das estradas esburacadas ou recapeadas
e vira confete e serpentina
com muitas curvas
A curva da cintura enlouquece o cinto
que não a segura
a curva flutua e entra em espirais
A curva da cintura percorre retas e outras curvas
como as concretas de Niemayer
ou abstratas de um quadro de Kandinsky
A curva da cintura depura
distraí e faz até delirar
o olhar de um quadrado
da cintura insinua música dança harmoniza o corpo
destila e estiliza os movimentos
A curva da cintura curvatura atura o frenesi de um corpo
e compete com as outras curvas
das estradas esburacadas ou recapeadas
e vira confete e serpentina
com muitas curvas
A curva da cintura enlouquece o cinto
que não a segura
a curva flutua e entra em espirais
A curva da cintura percorre retas e outras curvas
como as concretas de Niemayer
ou abstratas de um quadro de Kandinsky
A curva da cintura depura
distraí e faz até delirar
o olhar de um quadrado
sábado, 3 de dezembro de 2011
POEMA CONTÍNUO
SIRVO
NÃO SIRVO
NOCIVO
POSSÍVEL
POCILGA
IMPOSSÍVEL
IMPULSIVO
SER SERVO
SOU VERO
VERIDITO
VEROSSÍMEL
SEVERO COMIGO
SOU MAIS
QUE UM VERME
LOMBRIGA
SOU VERVE
SOU VERSO
SOUVENIR
DIVERSO
POEMA CONTÍNUO
NÃO SIRVO
NOCIVO
POSSÍVEL
POCILGA
IMPOSSÍVEL
IMPULSIVO
SER SERVO
SOU VERO
VERIDITO
VEROSSÍMEL
SEVERO COMIGO
SOU MAIS
QUE UM VERME
LOMBRIGA
SOU VERVE
SOU VERSO
SOUVENIR
DIVERSO
POEMA CONTÍNUO
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
ENCONTRO
APROXIMA
NÃO RECUA
ACELERA
TODO ENCONTRO
TEM A SUA ESPERA
O SEU ESPANTO
MAS SERÁ SEMPRE ENCANTO
SE FOR ELA
SE FOR FLOR
SE FOREVER
NÃO RECUA
ACELERA
TODO ENCONTRO
TEM A SUA ESPERA
O SEU ESPANTO
MAS SERÁ SEMPRE ENCANTO
SE FOR ELA
SE FOR FLOR
SE FOREVER
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