sábado, 12 de janeiro de 2008

Cão Vadio

Procuro um canto
prá me abrigar
Chove a cântaros
não vou suportar

A rua está deserta e tão fria
Não há nenhuma alma bondosa
ou mesmo sequer frondosa árvore
prá me proteger

Longa e deserta rua
palco do meu sofrer
nenhum consolo insinua
como é difícil viver!

Viver de migalhas
perdido e humilhado
com a sensação de ser
sempre algo que atrapalha
Estorvo no caminho
dos automóveis alucinantes
com seus faróis implacáveis

Longa e deserta vida
resistente ferida
que não se dá por vencida
atravessando às cegas
as ruas tortuosas do tempo
espalhando gritos
aflitos e
solitários.

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Salve