Este poema é bem antigo, foi escrito num guardanapo de papel; tive raros porres em minha vida, bebidas alcóolicas não me atraem, gosto mesmo é de café.
desenho de Sara Mello
Sangria 2
Num copo de vidro
lançei um olhar
Olhar tão profundo
eu lançei sem imaginar
que em poucos instantes
o líquido tão excitante
fôsse me dominar
me embriagar.
Na mesa afastada
bebi o amargo do passado
a angústia do presente
e o temor do futuro.
No bar tão escuro
saudades e lágrimas
se misturam
no coquetel da desilusão.
E sem consciência,
sem direção
bebi sem parar
na sêde de encontrar
um motivo,um sonho,
um alguém para amar.
O bar vai fechar
sou o último a sair
na mesa um sonho, um pedaço, um resto de mim
e um copo de vidro vazio e tristonho
que assiste com frieza o meu quase fim.
Caí em mim mesmo
na sarjeta da vida,
no delírio de uma paixão tolhida.
No porre mais uma fuga,
mais uma adiada despedida.
Um comentário:
Gostei muito do poema, vc tem algo publicado em livro?
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