Eu serei mais
acredite!
serei mais muito mais
do que a semente
no ventre de um extenso jardim;
eu serei
a paciência inesgotável
e o desvelo invejável
de um jardineiro
que trabalha mais por amor
do que dinheiro!
Eu serei cada um que passeia
ao redor do jardim
com o seu tempo de ócio
seus sonhos jasmim
porque a flor do amor
também brota no coração de um idiota
e a este amor inteiro
ele, as vezes, se aquieta
outras vezes, se revolta,
mas sempre o devota!
Eu serei
o que você quizer de mim:
o cravo do pecado,
o lírio do delírio,
o espinho da rosa
porque a flor do amor
também brota
no coração de um idiota!
Eu serei sim
no fim
todas as flores ilusórias
ou pelo menos uma satisfatória
que prenda em seu redoma
todo o aroma que você doce amor evapora!
então eu serei eu mesmo
livre de todos os meus defeitos e medos
porque a flor do amor
também brota
de um coração idiota!
domingo, 30 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Volúvel
"Nua com Brinquedos"
Fernanda Rodante
Fernanda Rodante
Descobri que sou volúvel,
que sou solúvel
em outro alguém!
Descobri que você não é a única,
a túnica vermelha
que cobre os meus desejos.
Descobri que disponho
de outros meios
para me apetecer.
Descobri que sou vulnerável,
que sou agradável
em outro alguém!
Você que iluminou muitos dias
e perfumou de sonhos muitas noites
fugiu dos meus encantos,
da tempestade de minhas promessas.
Descobri que sou volúvel,
que sou solúvel
em outro alguém!
Não quero ser refém
do passado de ninguém!
Quero só a ilusão do presente
e o beijo incerto do futuro!
que sou solúvel
em outro alguém!
Descobri que você não é a única,
a túnica vermelha
que cobre os meus desejos.
Descobri que disponho
de outros meios
para me apetecer.
Descobri que sou vulnerável,
que sou agradável
em outro alguém!
Você que iluminou muitos dias
e perfumou de sonhos muitas noites
fugiu dos meus encantos,
da tempestade de minhas promessas.
Descobri que sou volúvel,
que sou solúvel
em outro alguém!
Não quero ser refém
do passado de ninguém!
Quero só a ilusão do presente
e o beijo incerto do futuro!
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Migalha Mensurada
http://barbaraleite.blogspot.com/
Barbara Leite
Eu já havia me decidido
Fantasiar-me de realidade
Deixar prá trás as utopias
Esquecer qualquer metade.
Retornei a minha essência
E o culto ao impraticável
Sofro de novo abstinência
Será destino irremediável?
É estranho venerar o longe
Olhar a lua para ser reflexo
Construir desmedidas pontes
Para me perder no seu amplexo
Sangro a falta de liberdade
Vibro por surtos de loucura
Desprezo a nossa castidade
E a insensatez que nos apura
Dói-me a sutileza do meado
Fere-me rações equacionadas
Amputa-me ser eu o errado
Por querer migalha mensurada.
"Nunca mais venha mendigar uma ração de amor"
Flávio Venturini
sábado, 22 de novembro de 2008
OLHOS FELIZES
Sonho de Encontro
Eu sonho ainda sonho um encontro...
Estou pronto!
e tão despreparado!
eu sei, eu sei ele jamais virá...
quem me espera
é apenas a sombra do abandono!
Eu vou continuar caminhando,
sem destino,
sem direção,
na profusão de sentimentos,
na confusão de pensamentos,
tateando como um cego
o seu corpo, a sua alma o seu ego
e jamais tocarei os seus lábios
repletos de verdades!
Então eu vou te esperar
vestido com uma camisa vermelha de vergonha!
fora do jens azul empoeirado
com os bolsos cheios de atalhos
em forma de papéis amassados de versos...
Estarei te esperando
vai ser fácil você me identificar
Tenho dois olhos pequenos
qual um cão vadio
que procura um osso ou um gesto de carinho
a sensação de ter um dono
a sensação de um passarinho
de reencontrar o seu perdido ninho...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Karen Carpenter
Cara Karen Carpenter
vamos tomar um sundae hoje
agora nesse preciso instante
preciso de algo gelado
para refrescar a minha garganta
algo gelado
para arrefecer os meus ânimos...
sabe hoje eu andei tanto...
e procurei tonto...
alguém para dividir essas horas presentes...
pensei em você
o seu lado doce marshmallow
o seu lado inocente split
o seu lado adolescente cereja
o seu canto rouxinol
a sua roupa violeta
o seu sorriso
o charme das suas caretas
o seu conjunto
que se reparte
em tantas facetas
uma mais encantadora que outra
e assim vai
Ticket to Ride...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Roteiro de um Anti-Herói
É que desde cedo...
nos primórdios da puberdade
ele começou a ler Kafka
e sentir medo...medo!
de enfrentar a realidade
a sombra de si mesmo
de viver o absurdo de tudo
de olhar de um lado da rua
o palácio enfeitado
e do outro o casebre em ruínas
É que desde cedo...
ele sentiu o peso o fardo
de se sentir culpado
por culpas passadas
e por estar consciente
de ser impotente
e não mudar nada
de aceitar o sistema
e viver o dilema
de consentir ou rebelar-se
e arrastar o problema
É que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
e sentir toda a metamorfose
física e mental
- vida e necrose -
o corpo um tanto franzino
e um cérebro precocemente sonhador
Ele se viu um artista da fome
sem nome e justa localização
às vezes tentava o castelo
o conforto do corpo e do coração
outras vezes restava apenas a rua escura
os tropeços e escorregões
- a aflição noturna -
è que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
a entender a pobreza
e a fortuna da alma
a metamorfose dos sentimentos
o amor em estado puro
resvalando a posse
e virando o pote do tormento
a paixão
-euforia-
virando incansável obsessão
a paz aparente
escondendo um conflito intermitente
entre a razão e o coração
É que desde cedo...
ele sofreu as pressões familiares
as expectativas dos seus pais
e não as correspondeu jamais
É que apagaram a luz do seu quarto
em plena madrugada
quando a leitura
o prazer do texto
estava no auge do orgasmo mental
e se sentia a própria personagem
É que desde cedo...
ele procurou
desesperadamente
alguém para compartilhar
todas as suas dúvidas
e experiências
e encontrou apenas pessoas
apressadas
sem tempo
de ouvir as suas reflexões
È que desde cedo
ele se sentiu isolado
no desprezo do tempo
afastado
e só encontrou muito tarde
alguém que o acolhesse
a sua porção covarde
o seu lado anti-herói!
nos primórdios da puberdade
ele começou a ler Kafka
e sentir medo...medo!
de enfrentar a realidade
a sombra de si mesmo
de viver o absurdo de tudo
de olhar de um lado da rua
o palácio enfeitado
e do outro o casebre em ruínas
É que desde cedo...
ele sentiu o peso o fardo
de se sentir culpado
por culpas passadas
e por estar consciente
de ser impotente
e não mudar nada
de aceitar o sistema
e viver o dilema
de consentir ou rebelar-se
e arrastar o problema
É que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
e sentir toda a metamorfose
física e mental
- vida e necrose -
o corpo um tanto franzino
e um cérebro precocemente sonhador
Ele se viu um artista da fome
sem nome e justa localização
às vezes tentava o castelo
o conforto do corpo e do coração
outras vezes restava apenas a rua escura
os tropeços e escorregões
- a aflição noturna -
è que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
a entender a pobreza
e a fortuna da alma
a metamorfose dos sentimentos
o amor em estado puro
resvalando a posse
e virando o pote do tormento
a paixão
-euforia-
virando incansável obsessão
a paz aparente
escondendo um conflito intermitente
entre a razão e o coração
É que desde cedo...
ele sofreu as pressões familiares
as expectativas dos seus pais
e não as correspondeu jamais
É que apagaram a luz do seu quarto
em plena madrugada
quando a leitura
o prazer do texto
estava no auge do orgasmo mental
e se sentia a própria personagem
É que desde cedo...
ele procurou
desesperadamente
alguém para compartilhar
todas as suas dúvidas
e experiências
e encontrou apenas pessoas
apressadas
sem tempo
de ouvir as suas reflexões
È que desde cedo
ele se sentiu isolado
no desprezo do tempo
afastado
e só encontrou muito tarde
alguém que o acolhesse
a sua porção covarde
o seu lado anti-herói!
terça-feira, 18 de novembro de 2008
REBELDYLAN
Ela não quer mesmo se encontrar comigo
diz apenas que eu sou um querido amigo
nada mais!
Ela sempre tem as suas defesas
e se mantém sempre ilesa
aos apelos dos meus versos
confessos de paixão.
Então eu...Rebeldylan! Rebeldylan!
esfrego as mãos
engulo as lágrimas
e minto que está tudo bem
que há paz plena em meu coração
e sigo os desígnios da minha inspiração...
diz apenas que eu sou um querido amigo
nada mais!
Ela sempre tem as suas defesas
e se mantém sempre ilesa
aos apelos dos meus versos
confessos de paixão.
Então eu...Rebeldylan! Rebeldylan!
esfrego as mãos
engulo as lágrimas
e minto que está tudo bem
que há paz plena em meu coração
e sigo os desígnios da minha inspiração...
Por que tantoRebeldylan! Rebeldylan!
se ele sabe que eu existo
que eu sou de carne e osso
sangue, lágrimas e sorrisos
se ela sabe que eu a amo tanto!
se eu leio as suas mensagens
se eu vejo as suas belas imagens
que mesmo distantes
tocam tão fundo em meu coração
ela não é uma ilusão
sinto-a no tremor do meu corpo
na calma da minha alma
ela é o meu instante presente!
tudo que uma corrente pode prender
ou libertar!
Eu tenho o seu corpo em papel
o seu rosto em algumas imagens
que, quando as vejo,
parecem tocar a minha pele
e encher o balde do meu poço de desejos,
mas logo eu caio...
não vejo as pontiagudas pedras
no desmaio das horas da realidade...
então esfrego a minha vontade
na contenção...então...eu
Rebeldylan! Rebeldylan!
procuro uma canção...
Eu tenho o seu corpo em papel
o seu rosto em algumas imagens
que, quando as vejo,
parecem tocar a minha pele
e encher o balde do meu poço de desejos,
mas logo eu caio...
não vejo as pontiagudas pedras
no desmaio das horas da realidade...
então esfrego a minha vontade
na contenção...então...eu
Rebeldylan! Rebeldylan!
procuro uma canção...
domingo, 16 de novembro de 2008
Amorosa
Amorosa
ama a rosa
e também todas as outras flores
a tua pele é pétala
tão formosa que une todas as cores
e transpira poesia
em todos os poros
Amorosa
vaporosa
teu perfume único
concentra todos os aromas da sedução
Amorosa
não é só garbosa rosa
sabe ser simples também
prestimosa
como uma flor do campo
o teu encanto vem sempre espantar
o espinho da solidão
quando resvala nas cordas do meu pinho
nas artérias do meu coração
Amorosa
melindrosa
mesmo entre tantos elogios
e assédios
nem porisso fica toda prosa
Amorosa
és bondosa
mesmo contra o mais duro
e insensível coração
Amo a rosa que brota de ti amorosa
ama a rosa
e também todas as outras flores
a tua pele é pétala
tão formosa que une todas as cores
e transpira poesia
em todos os poros
Amorosa
vaporosa
teu perfume único
concentra todos os aromas da sedução
Amorosa
não é só garbosa rosa
sabe ser simples também
prestimosa
como uma flor do campo
o teu encanto vem sempre espantar
o espinho da solidão
quando resvala nas cordas do meu pinho
nas artérias do meu coração
Amorosa
melindrosa
mesmo entre tantos elogios
e assédios
nem porisso fica toda prosa
Amorosa
és bondosa
mesmo contra o mais duro
e insensível coração
Amo a rosa que brota de ti amorosa
sábado, 15 de novembro de 2008
AZUL
O azul é frio!
mas é frio apenas quando se vê,
quando se contempla!
O azul do mar refresca
o amarelo quente do Sol;
O azul do rio concentra
toda a paz que esquenta
os nossos corações;
O azul do céu envolve
as nuvens,
os planetas,
os cometas,
as estrelas
e todos os sonhos
que escaparam
de nossas noites de sono
intensas.
O azul não pode ser tão frio assim
para não abrigar
mais um pretenso astro!
sonho em sê-lo!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
EQUILIBRISTA
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Amante
Composição Surrealista
Ismael Nery
Ismael Nery
Meio amiga
quase amor
amante!
flor da intriga
meio briga
quase dor
amante!
de todas as horas
- pétalas de lembranças
acariciando o tempo -
orvalhos presentes
em chuvas futuras
meio sombra
quase luz
que sempre seduz
meio penumbra
quase nudez
meio oculta
quase nitidez
meio conquista
quase eterna união
meio sono
quase sonho
vigília
encanto e abandono
amante!
meio transtorno
quase paz
meio encontro
quase fuga
só o momento
é de nós dois
meio estranhos
quase juntos
meio antes
quase depois
mais que um
quase dois
quase amor
amante!
flor da intriga
meio briga
quase dor
amante!
de todas as horas
- pétalas de lembranças
acariciando o tempo -
orvalhos presentes
em chuvas futuras
meio sombra
quase luz
que sempre seduz
meio penumbra
quase nudez
meio oculta
quase nitidez
meio conquista
quase eterna união
meio sono
quase sonho
vigília
encanto e abandono
amante!
meio transtorno
quase paz
meio encontro
quase fuga
só o momento
é de nós dois
meio estranhos
quase juntos
meio antes
quase depois
mais que um
quase dois
OUTONO
Estou sem sono!
ele esta noite está tão longe
como está o outono!
Falta atravessar
o resto da Primavera
e todo o verão.
Só então haverá frescor nos dias,
um pouco de melancolia
e muita reflexão!
Outono lembra paz e conforto
e também renovação
as folhas secam
e forram o chão
se preparando
contra os rigores do inverno!
domingo, 9 de novembro de 2008
Viver Poeticamente
Eu odeio o dinheiro
odeio o consumo
o trânsito inteiro
as garras do volante
e dos engarrafamentos
nem sei dirigir
Eu vivo poeticamente
- pés na terra,cabeça nas nuvens -
Eu procuro a Arte
em todo o tempo
em toda parte.
Eu odeio o vil metal
as poses e posses
os rótulos e rodeios
a encenação inteira
não sei mentir!
Eu não preciso de tanto dinheiro
de tanto conforto
eu sou o meu próprio porto
para o meu navio de sonhos
Eu vivo o meu próprio abandono!
Eu vivo poeticamente...
carrego milhares de músicas em meus ouvidos
milhões de poemas em minha mente
milhares de paisagens em meus olhos
milhões de beijos em minha boca!
milhares de asas em meus sonhos!
milhares de pétalas entre os meus dentes!...
A flor só cobra o carinho da minha mão
com os dedos obedientes.
Eu vivo poeticamente
porque eu só carrego tu em meu pensamento
um choque adolescente
que me faz renascerE isto me basta
afasta a negra realidade de Gothan City
e me enche os bolsos morcegos de balas de encanto,
molha o meu lenço de gotas de amor
e, quando o passo em minha testa,
sinto toda a festa que é só real,
quando eu te encontro!
Me sinto Coringa prá satisfazer teus desejos.
Eu vivo poeticamente...e pronto!
Sempre pronto para te ama
Desencanto
Barlaventus - Fernanda Rodante
Um dia...em seu caminho...surgiu um vulto...
Surgiu um vulto...em seu caminho...para o seu espanto...
trouxe todos os versos do mundo
e todas as flores da terra...
e você não teve como contê-los
foram tantos tantos apelos
que o próprio silencio se fez canto
celebrando todo o encanto do encontro
com a magia que envolve dois seres estranhos
Um dia eu fui o seu encanto...mas ele passou...
como passa a brisa..
varrida pelo vento
hoje ele resvala o seu lindo rosto
e você arruma os cabelos.
Surgiu um vulto...em seu caminho...para o seu espanto...
trouxe todos os versos do mundo
e todas as flores da terra...
e você não teve como contê-los
foram tantos tantos apelos
que o próprio silencio se fez canto
celebrando todo o encanto do encontro
com a magia que envolve dois seres estranhos
Um dia eu fui o seu encanto...mas ele passou...
como passa a brisa..
varrida pelo vento
hoje ele resvala o seu lindo rosto
e você arruma os cabelos.
sábado, 1 de novembro de 2008
Daquelas Garotas
Sabe você é daquelas garotas
que só podemos ver em filmes
ou capas de revistas
e imprevisíveis sonhos.
Sabe você é daquelas garotas
que nunca poderemos abraçar
com leveza ou força
e os seus lábios são morangos silvestres
- frutos doces e selvagens -
que nunca poderemos provar.
Só há de restar muita água na boca
de quem a desejar.
Sabe eu ainda tive a sorte
de lhe contemplar,
de ouvir, ao longe, a sua voz tão doce
e sentir o vento em meu rosto
que, um dia, ousou esvoaçar
os seus cabelos de seda e me hipnotizar.
Sabe você é daquelas garotas
que tocam tão fundo o coração;
daquelas garotas
- marotas, malhadas, sapecas -
que nos fazem de petecas
e entram, sem dor, em nossas carentes peles
sem o brilho e o frescor do amor;
daquelas garotas
que gravamos para sempre
com a vaga e pretensa sensação
de sentir a profundeza da pele
que guarda os mais delicados carinhos.
Sabe você é daquelas garotas
que tentamos esquecer
e jamais conseguimos;
daquelas garotas que travam os nossos passos
como se estivessemos próximos
a fatídicos abismos.
Sabe, quer saber de verdade,
você é daquelas garotas que nos deixam
corajosos para confessarmos
o quanto somos covardes
para aceitar e enfrentar a realidade.
Sabe você é daquelas garotas
que nós desejamos toda a felicidade do mundo!
você é daquelas garotas
que não deixam apenas candies lembranças,
mas, sim, a própria herança
de um tempo feliz e repleto de esperanças
que não volta mais.
Sabe você é daquelas garotas
que representam tudo de bom em nossas vidas...
daquelas garotas...que cruzam os nossos destinos...
e nos deixam sem saída.
que só podemos ver em filmes
ou capas de revistas
e imprevisíveis sonhos.
Sabe você é daquelas garotas
que nunca poderemos abraçar
com leveza ou força
e os seus lábios são morangos silvestres
- frutos doces e selvagens -
que nunca poderemos provar.
Só há de restar muita água na boca
de quem a desejar.
Sabe eu ainda tive a sorte
de lhe contemplar,
de ouvir, ao longe, a sua voz tão doce
e sentir o vento em meu rosto
que, um dia, ousou esvoaçar
os seus cabelos de seda e me hipnotizar.
Sabe você é daquelas garotas
que tocam tão fundo o coração;
daquelas garotas
- marotas, malhadas, sapecas -
que nos fazem de petecas
e entram, sem dor, em nossas carentes peles
sem o brilho e o frescor do amor;
daquelas garotas
que gravamos para sempre
com a vaga e pretensa sensação
de sentir a profundeza da pele
que guarda os mais delicados carinhos.
Sabe você é daquelas garotas
que tentamos esquecer
e jamais conseguimos;
daquelas garotas que travam os nossos passos
como se estivessemos próximos
a fatídicos abismos.
Sabe, quer saber de verdade,
você é daquelas garotas que nos deixam
corajosos para confessarmos
o quanto somos covardes
para aceitar e enfrentar a realidade.
Sabe você é daquelas garotas
que nós desejamos toda a felicidade do mundo!
você é daquelas garotas
que não deixam apenas candies lembranças,
mas, sim, a própria herança
de um tempo feliz e repleto de esperanças
que não volta mais.
Sabe você é daquelas garotas
que representam tudo de bom em nossas vidas...
daquelas garotas...que cruzam os nossos destinos...
e nos deixam sem saída.
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