É que desde cedo...
nos primórdios da puberdade
ele começou a ler Kafka
e sentir medo...medo!
de enfrentar a realidade
a sombra de si mesmo
de viver o absurdo de tudo
de olhar de um lado da rua
o palácio enfeitado
e do outro o casebre em ruínas
É que desde cedo...
ele sentiu o peso o fardo
de se sentir culpado
por culpas passadas
e por estar consciente
de ser impotente
e não mudar nada
de aceitar o sistema
e viver o dilema
de consentir ou rebelar-se
e arrastar o problema
É que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
e sentir toda a metamorfose
física e mental
- vida e necrose -
o corpo um tanto franzino
e um cérebro precocemente sonhador
Ele se viu um artista da fome
sem nome e justa localização
às vezes tentava o castelo
o conforto do corpo e do coração
outras vezes restava apenas a rua escura
os tropeços e escorregões
- a aflição noturna -
è que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
a entender a pobreza
e a fortuna da alma
a metamorfose dos sentimentos
o amor em estado puro
resvalando a posse
e virando o pote do tormento
a paixão
-euforia-
virando incansável obsessão
a paz aparente
escondendo um conflito intermitente
entre a razão e o coração
É que desde cedo...
ele sofreu as pressões familiares
as expectativas dos seus pais
e não as correspondeu jamais
É que apagaram a luz do seu quarto
em plena madrugada
quando a leitura
o prazer do texto
estava no auge do orgasmo mental
e se sentia a própria personagem
É que desde cedo...
ele procurou
desesperadamente
alguém para compartilhar
todas as suas dúvidas
e experiências
e encontrou apenas pessoas
apressadas
sem tempo
de ouvir as suas reflexões
È que desde cedo
ele se sentiu isolado
no desprezo do tempo
afastado
e só encontrou muito tarde
alguém que o acolhesse
a sua porção covarde
o seu lado anti-herói!
nos primórdios da puberdade
ele começou a ler Kafka
e sentir medo...medo!
de enfrentar a realidade
a sombra de si mesmo
de viver o absurdo de tudo
de olhar de um lado da rua
o palácio enfeitado
e do outro o casebre em ruínas
É que desde cedo...
ele sentiu o peso o fardo
de se sentir culpado
por culpas passadas
e por estar consciente
de ser impotente
e não mudar nada
de aceitar o sistema
e viver o dilema
de consentir ou rebelar-se
e arrastar o problema
É que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
e sentir toda a metamorfose
física e mental
- vida e necrose -
o corpo um tanto franzino
e um cérebro precocemente sonhador
Ele se viu um artista da fome
sem nome e justa localização
às vezes tentava o castelo
o conforto do corpo e do coração
outras vezes restava apenas a rua escura
os tropeços e escorregões
- a aflição noturna -
è que desde cedo...
ele começou a ler Kafka
a entender a pobreza
e a fortuna da alma
a metamorfose dos sentimentos
o amor em estado puro
resvalando a posse
e virando o pote do tormento
a paixão
-euforia-
virando incansável obsessão
a paz aparente
escondendo um conflito intermitente
entre a razão e o coração
É que desde cedo...
ele sofreu as pressões familiares
as expectativas dos seus pais
e não as correspondeu jamais
É que apagaram a luz do seu quarto
em plena madrugada
quando a leitura
o prazer do texto
estava no auge do orgasmo mental
e se sentia a própria personagem
É que desde cedo...
ele procurou
desesperadamente
alguém para compartilhar
todas as suas dúvidas
e experiências
e encontrou apenas pessoas
apressadas
sem tempo
de ouvir as suas reflexões
È que desde cedo
ele se sentiu isolado
no desprezo do tempo
afastado
e só encontrou muito tarde
alguém que o acolhesse
a sua porção covarde
o seu lado anti-herói!
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