domingo, 11 de outubro de 2009

Cola

Algo descola
dos meus pensamentos
Solta-se da sacola
dos meus mantimentos
como um alto salto
de um sapato cansado
já vencido pelo tempo!


Cola em minhas retinas
retorcidas e distorcidas
pelas cortinas das sombras
mal divididas apenas fragmentos
de imagens opacas
embaçadas pelo pó acumulado
no tempo


Cola
gruda na semente
e não deixa germinar
frustra a muda
e desnuda
sem resinas ou pudores
a inútil paisagem
que desejou entrar
na viagem dos meus sonhos!

Cola e cala
Lacra e chora
respingos de goma arábica
do lado de fora!
lágrimas esquecidas
sólidas
só...lidas


Carlos Gutierrez

Um comentário:

Juliana Carla disse...

Todo o poema está bem construído... Mas esta parte em especifico:

"sólidas
só...lidas"

É o grande trunfo!

Bjuxxx e xeiroo querido

Salve