Então
eu não vou mais falar
da dor, do amor, da paixão,
da solidão...
essas saturadas sensações!
Eu vou falar de coisas mais amenas,
mais sutis e pequenas
sem o poder de desdobramentos,
dúvidas e tormentos.
Eu vou falar do tempo presente,
do clima destruturado
que desorienta guarda-chuvas e agasalhos,
que destroem plantações e colheitas
e agitam bolsas e mercados
que arrancam telhados.
Eu vou falar do tempo presente
que sempre espia o passado
e projeta o necessário futuro
do tempo...da pressa...
que nos arremessa a atos descontrolados,
a pressa que nos deixa sempre...
irremediavelmente cansados.
E então...nas corridas diárias,
no racha de idéias e valores
eu não vou nem pensar mais
na dor, no amor, na paixão e na solidão...
Na chuva que passou...
lavou as ruas...e a minha alma!
Eu vou testar a calma aparente,
aquela que, por fora, consente,
mas, por dentro, se agita
mais que um liquidificador
em sua máxima potência.
Eu vou falar...
comigo mesmo
sem que ninguém testemunhe e
apenas o mar murmure ,
quando eu confessar os meus temores!
Um comentário:
Belo,claro até porque como já comentei outras vezes,me impressiona como fazes bom uso da PALAVRA.Mas esse tipo de poema ao meu ver foge um pouco da tua linha é preto e branco,real demais;os teus escritos são pincelados do mais puro amor,matéria prima do teu coração...poeta e poesia,formam um par harmonioso,espalhando esse belo sentimento que os une por onde passam.
Parabéns ao poeta e à sua amada
companheira,amante leal,
que é a POESIA.
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