Os olhos de um poeta
são diferentes dos olhos normais
São livres de quaisquer julgamentos
estrábicos aos reais movimentos
Os olhos de um poeta
enxergam de outra maneira:
eles penetram nos sentimentos das almas
no recheio das paisagens:
movem montanhas
e faz tremular arvoredos
os olhos de um poeta
jamais ficam parados:
diluem-se em sonhos
ou procuram cantos ocultos da realidade
Eles são ligeiros
os olhos puros de um poeta
para expressar as cenas que os encantam
e suficientemente pacientes
para esperar o presente de uma imagem fascinante
Os olhos de um poeta viajam...
viajam...viajam...delirantes
em absorver tantas belezas!
Os olhos de um poeta
não são de profeta
mas conseguem ver e interpretar os sonhos
mesmo que atrás de algum deles
morem fantasmas de pesadelos
Os olhos de um poeta
desgrudam-se do rosto apavorado
pelo medo de mirar-se
ante ao espelho dos devaneios
e criam coragem para sê-los verdadeiros
os olhos de um poeta
pousam sobre a face amada
percorrem a moldura dos fios de cabelos
e definem um quadro definitivo:
a síntese dos traços cores formas e luzes
que expõe a conjunção de todos os sentidos
Os olhos de um poeta
às vezes são turvos
miram-se em lagos e espelhos
até obterem a certeza
de não sê-los poluídos
entre espantos e mergulhos
pelas sombras de um mundo corroído
e corrompido
Os olhos de um poeta
às vezes são feridos pelos espinhos
da flor rápida da desilusão:
escorrem sangue
mas sabem que ainda há lágrimas
para lavar o coração
Aos olhos de um poeta
há sempre imagens prediletas
para construir janelas de versos!
uma delas é você
e que esteja sempre aberta!
aos olhos incansáveis de um poeta!
Carlos Gutierrez
e
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