Não faz sentido
brincar meu carrossel
em torno da sua ausência
Tampouco lambuzar de mel
o limão que me traz
com veemência
Não faz sentido
te inundar de pólvora
se não existe fogo
brincar de índio
entrar na roda
perder seu jogo
Não faz sentido
o suor intenso
em dias frios
estender a outra face
aguardando outro abril
a memória
apostólica romana
a dança cigana
entre boleros e ventres
Não faz sentido
chantili e merengue
os poemas amassados
rasgados com fúria
esperar que você seja brando
feito bebida da uva
Não faz sentido
todo este tamanho
as cores lá fora
e eu aqui em preto e branco
Barbara Leite
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