segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Contemplo a Juventude
com as suas canções
de letras românticas e rebeldes
e acordes singelos e
às vezes complexos
como o amor e as variantes do sexo
em diversas fases
Contemplo...e ouço
o farfalhar das jovens e viçosas folhas
junto com os sussurros
e gritos do crooner
amparados pelos back vocais
Contemplo...e vejo
os frutos brotarem ancorados
naquelas mesmas folhas
o delírio da plateia espremida
p'rá beber o suco o suprassumo
desses mesmos frutos ainda não colhidos
Todavia se isto eu não vejo
então eu miro ante ao surdo-mudo espelho
e ensaio vários trejeitos
e me sinto um super star
na solidão do meu quarto
e me reparto
em ridículo infantil
louco e palhaço
O que eu faço com toda uma vida pela frente?
Contemplo a juventude
nas ruas sempre mutantes
dentro das lanchonetes barulhentas
e efervescente
- redutos de culpados e inocentes -
nas chapas quentes e fumegantes
na gordura que escorre brilhante
no Ketchup espessamente vermelho
que desperta as língua p'rá um auto-beijo
na mostarda amarela
que deixa sequelas
quando respinga nas roupas de sábado
no verde alface
que quebra um sorriso...
e desperta outros à sua volta
uma banana split solitária
que mergulha no convite
de beijos gelados
no copo de cerveja
que apruma a espuma
por mãos apressadas de carinhos
e pulsos ávidos de impulsos
de pactos de fortes impactos
Contemplo a juventude
porque deveríamos se sempre jovens
se não no corpo ao menos
nas posturas e atitudes
Eu contemplo a juventude
em suas janelas simultâneas
em suas impressões
refletidas ou instantâneas
porque sempre deveríamos
dela extrair a energia
que dosada pela cara amarrada
da maturidade conquistada
sorver todo o prazer do encantado período
não engolir de uma vez só
o exilir do amor
e o veneno da paixão
Contemplo a juventude
ouvindo a sua voz tão irreverente
sem papas na língua de serpente
a sua voz somente...
semente de flores musicais
Contemplo a juventude
as suas roupas e acessórios
sua indumentária
os seus piercings e tatuagens
ídolos promessas e celulares
repletos de botões multifuncionais
que podem carregar
músicas imagens notícias fofocas e bobagens
e disparar torpedos e mensagens
promessas descartáveis
Contemplo a juventude
os seus desejos mutantes
o seu ritmo intímo à velocidade
os seus levantes e as suas prostrações
os jatos fortes de urina
as ereções sem preliminares
os orgasmos só em olhares
contemplo...
e me desligo
e irrigo o meu cérebro de sonhos
p'rá afastar o pesadelo da realidade intolerável
Carlos Gutierrez
sábado, 29 de agosto de 2009
Janelas
Pra enxergar os olhos do céu, seus cílios.
Pra ver claramente sua alma e suas lágrimas
que vêm... sua cores e manchas brancas.
Pra ver o Sol perturbando sua calma,
pra ver as nuvens correndo,
cobrindo os braços dele
num ar de ventania
e infância.
Pra ver a rua toda;
as crianças correndo,
os carros que passam
gritando "nunca mais !".
Pra ver a vida alheia passar
como uma bicicleta.
Pra ver rostos em cima de pernas,
carregando crianças nas mãos.
Pra ver a calçada se desgastar,
e a Lua entrar em cena,
no palco do céu.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
DECADÊNCIA
QUEDA
ESTATELA
QUEBRA
OS OSSOS
A COSTELA
A ESPINHA
DORSAL
ESQUIVA
DA QUINA
DO BEIRAL
ADIA
O ABISMO
CISMO
BLUES
ETÍLICOS
CAIO
DESMAIO
OS MEUS SENTIDOS
N'UM BALCÃO
DE FÓRMICA
DE UM BAR
EM REFORMA
AINDA NÃO VOU
ME ACABAR
AMANHÃ UM
CAFÉ FORTE E
AMARGO
IRÁ ME AJUDAR
A LEVANTAR
E FORMATAR
OS MEUS OSSOS
ACALMAR OS MEUS NERVOS
RESSUSCITAR OS MEUS VERSOS
CIRCULAR O MEU SANGUE
IRRIGAR AS MINHAS VEIAS
E ARTÉRIAS
RECONDICIONAR AS BATERIAS
COLOCÁ-LAS EM SINTONIA
COM O MEU CORAÇÃO
QUE PROTEGE
A SUA LEMBRANÇA
DA FERRUGEM
DA CORROSÃO
QUE A DISTÃNCIA ABISSAL
FORJA COM TODA A CORJA
DE MAUS PRESSÁGIOS
CAIO
NA REAL
AMORTEÇO
OS MEUS SONHOS
OS SEUS PRÓLOGOS
SÃO EPÍLOGOS
SUAS TRAMAS
SÃO EMARANHADOS CAPÍTULOS
CAIO
QUEDA
SEM PARA-QUEDAS
AS PERSONAGENS
ASSUMEM
OUTRAS POSTURAS
COMPROMETE-SE ENTÃO
TODA A URDIDURA
DE UM ROMANCE
QUE SE QUER ATURA
SUAS LONGAS PÁGINAS
E NÃO CONVENCE
OS OLHOS
DE NENHUM LEITOR.
Carlos Gutierrez
Dia Amarelo
intensamente belo
um dia amarelo
que fez acordar Van Gogh
grogue por tanta luz
e beleza
um girassol sobre a mesa
um chapéu de palha
para não esquentar a cabeça
um cavalete aberto
para abraçar uma virgem tela
que deseja mais que o carvão
da lareira da noite fria passada
deseja mais do que a translúcida aquarela
do dia que amarelo começa
deseja o óleo a resina e o verniz
para eternizar os seus carinhos
gestos de afetos
rápidos precisos e desesperados
arremessados por suas espátulas
e cerdas dos seus pincéis
carretéis de sonhos
que lutam contra os medonhos pesadelos
a minha orelha sangra
e derrama o vermelho na tela
para o sol ficar mais exuberante
os meus ouvidos
no mar vermelho suspiram
os seus segredos
a sua voz azul!
Carlos Gutierrez
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
CONFES...SONETO
de
Desirée Gomes
Por um tempo olho no fundo das lentes,
por trás seus olhos
Os olhos do suspeito,
dormindo ou acordado?
Entorpecido, me lança a remoer escritos
e andar no beco dos sonhos alvos.
Flutue aos braços da bailarina,
permita ser levado
a seus guardados,
pra você sem saber, amor e flor
Sente-se com ela na ponta da estrela
que foi esquecida de contar,
abane a poeira
e ouça seu dia falso ,
enquanto tomam o café com açúcar
Não esconda os diamantes,
em suas mãos
a riqueza do coração já está posta.
Vou lhe contar:
em um tempo vestido de amarelo
uma flor tomou nota do verde do regador
O jardim floresceu!
trouxe ao meu nariz um aroma adocicado
e aos meus ouvidos
o zum-zum das abelhas mensageiras
E agora, ensandecida,
os meus passos desejam habitar o seu azul.
Enquanto o seu assoalho lustroso aguarda,
vou colecionar mais um soneto
Um suspeito, a bailarina, a flor ou apenas eu.
REVIRAR
A Poesia criativa de Barbara Leite
Os olhinhos vibram
diante da postura negra
de saia verde e corpete
As mãos aplaudem
os pés seguem
E se deparam com o DJ
tocando afoxé
no alto de um prédio
Os moradores
(e portanto donos da rua)
dançam seus corpos magros
e ritmados
Os intrusos seremos sempre gratos
por dividirem seu asfalto e
riso desdentado
E rumo a índios e rituais
ouvir arco-íris nordestino
cair no Samba no Arouche
Permiti o brega
Approach!
E depois cantar a chuva santa
com voz mansa de camelo
Muita gente
Muita gente diferente
Muita gente diferente de mim
Sou apenas gratidão
entre anúncios de trombadinhas
e trombadas
em desconhecidos
Um passeio no Anhangabaú
no Municipal
nas flores de Maracatu
Um perfume de acarajé
entre tanta urina e lixo
Pausa pro café
Encontro poetas
sob o guarda-chuva
Encontro amigos
em qualquer olhar atento
Encontro cansaço
nas pernas desacostumadas
Um descanso
Um almoço
Um lavar de louça alegre
Um retorno
Um mexer tão bonito de corpos
Um for all ali tão repleto de sentido
E Cuba era ali na esquina
e abrigava famosos anônimos entre a multidão
Baianos
velhos e novos
disputam minha atenção
com o senhor que lê a programação que não iria ver
A acrobacia, não era só no palco
O transeunte diz:
-Todo mundo vale a pena
enquanto souber plantar um pé
de algodão doce!
Resquícios e lembranças
Do rochedo andando sozinho
Quixadá
O por quê não pedia resposta
das pedras que cruzavam o caminho
Oxalá
A santa chuva volta ao longe
e assusta uma Maria
que encontra três salvadores
Os reis já tinham espalhado magia
e presentes
pelas ruas e corredores
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Dejar Ir
A POESIA DE ADRIANA LIPPO
Cierra tus ojos,
escucha…
como corre el agua,
se desliza suavemente
y los pájaros cantan.
Cierra tus ojos
abre tu alma,
llénate de la luz
del sol en su mirada.
Cierra tus ojos,
viaja…
como hoja al viento
desprende las ansias.
Cierra tu ojos,
duerme tus ansias,
suelta las angustias
deja que se vayan.
Cierra los ojos,
baila al ritmo
de tu sentir,
y será agua pasada.
Radiografia Intíma
Eu já não mais me reconheço
Cresço! Envelheço!
caío do berço
destruo o terço
rolo a sarjeta
atravesso às cegas
desligado
hipnotizado
por um recente romance
ou impaciente
displicente
para fugir da dor da solidão
e ainda vejo a baixa infância:
as ladeiras e ruas sinuosas
com as suas calçadas supersticiosas
a inocência sempre posta à prova
as divertidas brincadeiras:
pula pula
pega pega
bate bafo
bola e pião
E agora vem o tempo
sem remorsos
- senhor invisível -
a esfregar esse mundo sujo
em meus olhos cobertos
de ramelas de químeras
Um mundo infestado
de traições e guerras
de intrigas sem tréguas
Quem sou eu agora?
e quem eu era
além da espera?
Eu já não mais me reconheço
Estou tão fora dos planos de outrora
Fora de foco
das órbitas encantadas
de olhos infantis
e ao mesmo tempo
dentro de um tempo que eu sei
mas reluto em admitir
que não pode mais existir!
Quem sou eu agora?
A memória que explora
que cava e maquia
o passado
nem sempre
passado a limpo
Juventude transviada!
energia mal dosada!
O limbo nos muros presentes
denunciam o embuste
que arrogante enruste
a verdade nua dos fatos
Quem sou eu agora?
a dúvida atroz
o meu próprio algoz
o arsenal maquiavélico
para se enganar a si próprio
Um James Dean fora de hora
veloz
ou um monge lesma que chateia
a minha aldeia
um resto de esperança
um rastro de amor
uma chama que vacila
quando a minha mão treme
e o meu coração oscila
entre o desejo que o escraviza
ou entre a renúncia que o sublima
ainda vejo alto
a compreensão da vida
mesmo ferida
mesmo retalhada
Carlos Gutierrez
Noite Serena
A Poesia terna de Nõ Oliveira
Procuro refúgio meu porto seguro
Nessa noite cheia de sonhos
Onde o silêncio fala alto demais
Coração apertado, cansado
Inundado de saudade
Saudade que aumenta aperta o peito
Mas não tem jeito, custa a passar
Coração se cala... e fica a esperar
Mas única certeza nessa noite serena
É que eu.....
Te preciso demais!!!
ηô ツ
Qundo a Noite Vem Caindo do Céu
A poesia de Bob Dylan
Quando a Noite Vem Caindo do Céu
Olhe lá fora nos campos, me veja retornando
Há fumaça no seu olho, você abre um sorriso
Da lareira, onde minhas cartas para você estão queimando
Você teve tempo para pensar nisso um pouco
Bem, eu andei 200 milhas, agora olhe para mim
É o fim da caçada, e a lua está alta no céu
Não faz diferença quem conhece quem
Se você vai me amar ou se eu vou te amar
Quando a noite vier caindo do céu
Eu posso ver através de suas paredes e sei que você está sofrendo
A tristeza lhe cobre como uma capa
Só ontem eu soube que você esteve flertando
Com o desastre do qual você escapou
Eu não posso arrajar para você respostas fáceis
Quem é você para que eu tenha que lhe mentir?
Você vai saber tudo a respeito, amor
Todo vai se encaixar como uma luva
Quando a noite vier caindo do céu
Eu posso ouvir seu coração trêmulo pulsando como um rio
Você devia estar protegendo alguém da última vez que eu liguei
Eu nunca lhe pedi nada que você não pudesse conseguir
Eu nunca lhe pedi para se preparar para uma queda
Eu vi milhares que poderiam ter vencido a escuridão
Pelo amor ao vil metal, eu os vi morrendo
Fique por aqui, baby, nós ainda não terminamos
Não me procure, eu lhe verei
Quando a noite vier caindo do céu
Nas suas lágrimas, eu posso ver meu próprio reflexo
Foi na fronteira norte do Texas onde eu cruzei a linha
Eu não quero ser um tolo faminto de afeição
Eu não quero me afogar no vinho de outra pessoa
Por toda a eternidade eu acho que vou me lembrar
Do vento gelado que está uivando nos seus olhos
Você vai me procurar e vai me encontrar
No deserto da sua mente
Quando a noite vier caindo do céu
Bem, eu lhe mandei meus sentimentos numa carta
Mas você estava se arriscando por apoio
A esta hora amanhã eu lhe conhecerei melhor
Quando minha memória não será tão curta
Desta vez eu estou pedindo liberdade
Liberdade de um mundo que você nega
Você me dará esta laiberdade agora
E eu a pegarei de qualquer forma
Quando a noite vier caindo do céu.
Bob Dylan
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Eclipse
Que tal o Eclipse
uma dose de glamour?
Quero que você brinque
com os meus sentimentos
mesmos os mais sérios
então 50 ml de cognac
- ouro velho escaldado
na moldura dos seus lábios carmim -
20 ml de licor de pêra
a disputar o doce aroma
de uma boca que guarda
a sete línguas os beijos mais ardentes
10 ml de angostura
prá evidenciar a tortura da espera
aguardente
1 dedo de moça
para apimentar uma relação
que se quer intensa
Modo de preparo:
um disparo certeiro
em copo baixo de cristal
com poucas pedras de gelo
Chocoalha a coqueteleira
com gelo com todo zelo do amor
e vigor da paixão
Eaça um pequeno corte
no corpo da pimenta
Use-a como mexedor
e experimenta
o calor da minha mão
em sua pele fresca
enquanto os copos se abraçam
e se esquecem o quanto são frágeis!
o que estamos esperando
Vamos a um speakeasy
pelas ruas gelatinosas
sob um céu espumante
burlar a Lei Seca
Seremos clandestinos
num só destino
e espocar os nossos deliquentes desejos
Que tal um Eclipse
um Sol negro
coberto de sonhos e estrelas?
domingo, 16 de agosto de 2009
JANIS JOPLIN
É como se ela destilasse em sua voz cortante
todos os sentimentos do mundo
e nela reunisse todos os gritos aflitos
e ainda assim acreditasse na pureza das revoluções
sem desvios e interesses mesquinhos
Janis tomava todas as drogas e dores do mundo
prá sentir bem no fundo de sua alma
os cortes profundos provocados
pelos preconceitos e límites absurdos
e mesmo assim havia um tempo propício
contra abismos e precipícios
o encontro da paz e do amor sem artifícios
Summertime contra o frio da solidão
e o vazio do coração
sábado, 15 de agosto de 2009
FOG
I open the door
and see all cloudy
The fog i am frightened
Gélido Hornet's nest
about to attack
I only see its passing through
A cat jumps on the roof
looking for his beloved
While a fragile bird
If frightens within the tree
I'm half way
desire that becomes halve
i wish Street
and i cowardly
into home
i don't have the structure
Agile cat feet
Neither the wings foil of birds
or insect antennas
fog i see only the
because he remembers the desert
Far or near
i more uncertain me
and shoes in my favorites legs
Suspeito
ou já despertei?
Os meus olhos estão entorpecidos!
Procuro o primeiro café
a asa da xícara imita
o ângulo de 45 graus
do seu braço sobre a sua cintura
de bailarina que flutua
dentro do espêsso café expresso
Procuro o primeiro cigarro
a lufada azul lançada no dia claro!
jamais imaginei ouvir dos seus lábios raros
que você me ama
me chama num beco de um sonho
na ponta de uma estrela!
Sou tão suspeito em lhe descrever
não tem jeito
vou morrer de amor por você
dentro de um sonho verdadeiro
ou fora de um dia falso
ouço ranger no tablado
no assoalho os seus passos
Nevoeiro
e vejo tudo nublado
O nevoeiro me deixa assustado
Gélido vespeiro
prestes a atacar
Eu só vejo vultos passarem
Um gato pula no telhado
à procura de sua amada
Enquanto um frágil pássaro
se assusta dentro da árvore
Eu sou meio assim
vontade que fica pela metade
desejo a rua
e volto covarde
prá casa
não tenho a estrutura
as patas ágeis do gato
nem as asas delgadas dos pássaros
nem antenas dos insetos
só o nevoeiro eu vejo
porque ele me lembra o deserto
Longe ou perto
eu mais me incerto
e acerto os sapatos
em meus pés prediletos
Decadente
eu venho dos estreitos becos
das travessas escuras
das calçadas impuras
do labirinto das ruas
vagando cambaleante
cantando soziinho
remexendo o moinho das minhas lembranças!
eu ando meio sujo
meio erótico
por isso tenho receio de encontrar-te
Tu que exalas o mais delicioso perfume
e tens a pele fresca de um recente banho relaxante!
é melhor ou pior refugiar´me na sórdida pensão
ou mesmo num gélido banco de jardim...
estou assim ...assim..
barba por fazer...
cabelos revoltos...
pele um pouco ressecada...
pálpebras acinzentadas
cigarros amassados
um gosto de alcool na garganta...
estou assim..assim...procurando ...
na cidade nua
pelo menos um belo poema prá te ofertar!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
POEMABLOG
é mais que um blog
se log
em meu confessionário virtual
repartido
com a poesia cinematográfica
e sequencial de Desirée Gomes
os desenhos fantásticos de Will Eisner
a poesia visceral de Brunna Duarte
e Juliana Carla - O Braille da Alma -
a poesia criativa de Bárbara Leite
e para o seu deleite visual
as fotos abrangentes de Bel Gasparotto
e as de Henri Cartier-Bresson
que ainda vou colocar
O POEMABLOG
é mais do que um blog
se log
nas telas poéticas de Fernanda Rodante
nas visitas constantes de Bob Dylan
de Fernando Pessoa e todos os seus heterônimos
de Chet Baker e os seus sons mágicos e melancólicos
nos poemas visuais de Fátima Queiróz
nos poemas rebeldes de Thatiana Cafieiro
e Keidy Lee Jones
nas tavernas que já não existem mais...
nas aparições de Franz Kafka
fantasmas e insetos
nos grilos falantes
nas cigarras cantantes
nos vagalumes fosforescentes
na poesia sensual da venezuelana
Adriana Lippo - Soplos del Alma
nos versos densos de Ana Cristina Souto
e Bárbara Lia - prolongamento de Hilda Hilst -
nos poemas concretos de Arnaldo Antunes
na contracultura
nos impressionistas e expressionistas
nas palavras tolas e essenciais
larvas verbais
nos sonhos - bichos da seda
nas teias de versos de Orides Fontela
nas bailarinas flutuantes de Edgar Degas
na orgia delirante de Toulosse Lautrec
nas pinceladas enlouquecidas de Van Gogh
nas canções sensíveis de Henri Salvador
e Lara Fabian
nos versos românticos de Nô Oliveira
e Rita Encinas
nos trens com suas locomotivas emotivas
e vagões abarrotados de versos
deslizando sobre os trilhos da Poesia
nos heróis e vilões de quadrinhos
emergentes ou decadentes
O POEMABLOG
não é apenas um blog
é um virtual Clube da Esquina
onde se reunem linhas
entrelinhas sobre as pedras e flores
de versos
ele é a energia da adolescência
e a reflexão da maturidade
O POEMABLOG não tem idade
tem o tempo que você consentir!
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Simetria
do Paço Municipal de
Santo André
foto de Bel Gasparotto
Cálculos estruturais
resistentes materiais
algo para durar
por muito tempo
vigas
aço
concreto
linhas inflexíveis
simetria
ordem
estabilidade
oposto
aos desígnios da Natureza
com as suas brisas e tempestades
um edifício central
onde convergem outros
em torno
da sua magnitude
mas ele por algum esporádico instante
pode tremer na base
quando se deixa flagrar
por uma lente poética e instigante
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Excessive
mélanger les scènes
remplacer les caractères
modifier les scénarios
passer les ombres et lumières
provoquer un traumatisme dans les extrémités du problème
comédies de drames
Larmes liquides
dans tourtes glissade
Procéder comme leur
avec les poignets libres
mains exposées
disposés à essayer tout
exige que tous ses producteur
plus de lumière de ses réflecteur
est également le protagoniste
voler les scènes
n'acceptez pas les dublês
Il est non seulement l'écran de demi-teintes
film ridicule
votre transcede d'écran de film
et hipnotiza l'auditoire
Oubliez la gamme
l'acquisition.
les coupes
les portes de type texte défilant et mis en
cinéma
le titre du film
qu'il montre dans son intégralité
« Excessive
sábado, 8 de agosto de 2009
Regalo de Vida
Ahí te encuentras
dibujando la vida,
trepando por las neuronas
haciéndote pensamiento
en mí.
día a día…
llenando espacios
abrazado a mis costado
formando arco iris
en el alma.
Como un hermoso atardecer
te ocultas en mí
descubriendo los sentidos,
inventando sueños
que están por venir.
Como brisa suave,
frente al mar azul
me dibujas olas
que me elevan a ti.
Y me dejo llevar
me dejo ir
envuelta en tus labios
regalo de vida
que estoy por abrir.
Adriana Lippo
Poetry is risk!
verses lines
broad or narrow letters
timid or bold
fluctuating
garatujas
dirty sheets of ink
and confessions
Poetry is risk!
is short-circuíto
Cris ... cris ... cris ...
causing friction
screams of panic
Hugs strangers
darkness
in light of the flames
cold in the spine
in the heat resounding
Poetry is risk!
terrifies me on paper corrugate
Jewelry by shame
that does not feel pity
of seeping all truths!
Cris ... cris ... cris ...
narrowly
not crashing Crystal at all the charm
amid the flames
the stares of amazement
prevailed
the strength of its presence
as if it was due to be a huge
refresh day warm!
Poetry is risk!
then i venture a poem
record be emblem
and meeting the dilemma
never be able to end!
Poetry is also range!
Metrópole - Amo a ti em outras faces
Na metrópole,
contar passos e compassos
salto alto em equilibrio no beco escuro
esperar o enlace na cintura,
pisar no impisável.
A ausência tem efeito contrário
não dorme, olha da janela os ventos altos mastigando silêncios
costura rajadas de lembranças ao delírio de quem conta carneiros
Trânsito com contagem regressiva lastimando um alfabeto esquecido
contudo, organizado ao som de tamancos e badalos vorazes
estopim marcando a letra da construção
luzes de automóveis riscam a paisagem e buzinas em repouso
Na varanda um tilintar total que seduz,
um jazz que não é mudez
apresentada com açúcar e morangos a face descoberta
ao anoitecer
recua da trama passional tomando a cidade as duas mãos
contrafluxo.
Cortinas fechadas, o assobio cantarola:
amo a ti em tantas outras faces!
mais do que Will Eisner imaginasse
Desirée Gomes
http://figurasemlinguagem.blogspot.com/
Demasia
enxerte carvões na lareira
relembre fogueiras de infância
balões banidos
estalidos de biribas
cortando o silencio
Encha até transbordar
a taça de vinho
até sangrar a toalha de linho
encoste o seu rosto no meu
e os seus cabelos
soltos em desalinho
acenda a fogueira do seu olhar
desenrole o pergaminho
sorria em demasia
até que as paredes lisas
adquiram estrias
acenda um cigarro e divida comigo
vamos cruzar as lufadas de fumaças
ver despencar do teto todas as traças
e esperarmos o pouso de uma estrela
que nos resgate!
em demasia
num só engate
você me parter me faz mosaico
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Un Jour Jaune
belle intensément
jaune un jour il a fait d'accord Van Gogh
grogue par autant de lumière
et la beauté
un tournesol sur la table.
un chapeau de paille
pour éviter la tête d'charleur
un rack ouvert
à adopter un écran vierge
vous souhaitez de plus de charbon
feu froid la nuit dernière
voulez plus que la translucide, de l'encre
de la journée commence jaune
à l'huile de la résine et vernis
pour perpétuer leur, cootchee,
une expression exacte rapide gestes et désespérée
arremessados par ses spatulas
et bristles leurs pinceaux
bobines de rêves
la lutte contre les terribles cauchemars
mon oreille saignements
et le déversement de rouge sur l'écran
pour le soleil, être plus exubérante
mes oreilles.
dans la mer rouge soupir
leurs secrets.
votre voix bleu !
Olhos de Ressaca
desfila sua síntaxe enigmática
aos meus olhos de ressaca
Desordenado, breve ou tarde,
clareia com preto e branco
minhas cores zebradas
Sim, as cartas já foram postas
a mesa forrada em tom azulado
um réu a espera do outro a caminhar
pelos trilhos reluzentes do inimáginavel.
Os flocos de neve entram leves como numa valsa
na chaminé voluptuosa sedenta por dizeres abrasivos
Uma efêmera pretenção de seus pensamentos descongelar.
Me faz companhia ao café fraco?
Enquanto isso podemos destilar emoções toleráveis
até que o cálice transborde ao relento
os medos vencidos
os estilhaços se juntam
dizendo um ao outro como frageis são os limites,
um relicário .
Os sonhos, acordada ainda os verei,
desfilando em minha calçada.
Desirée Gomes
Sombra e Luz
SOU NÚMERO
MÁQUNA
BOBAGEM
ENGRENAGEM
PLÁSTICO
CRACHÁ
ENGANO
IDENTIDADE
OSSOS
E NEURÕNIOS
PRESSIONADOS
ANGÚSTIA
ASTÚCIA
CANTOS
COBAIA
CORTÊS
SERVIL
DESCARTÁVEL
NINGUÉM
NA MULTIDÃO
PORÃO
ARQUIVO MORTO
CAIXA DE PAPELÃO
DESPREZADA
ATÉ PELO CATADOR
DE PAPEL
SOU IRRESCICLÁVEL
PROJETO
SONHO
ENTRE UM CAFÉ
E OUTRO
FUGAZ
COMO UMA BAFORADA
DE CIGARRO
CAMINHOS
DISSOLVIDOS
MAL RESOLVIDOS
NO AR ABAFADO
DE UM DIA MEDÍOCRE
DE NOITE
SOU OUTRO
DERRAMO SOMBRAS
PRESAS NO DIA
ACANHADO
COMPORTADO
MONÓTONO
COMO UM BALCÃO DE FÓRMICA
DE NOITE ESTOU LIVRE
SOU REVOADA DE VERSOS
E SONHOS
DE NOITE EU
SOU ALGUÉM
EM ALGUM ABANDONO
EU SOU DONO
DE UM PEDAÇO DE LUA
DE UMA PONTA DE ESTRELA
DE UMA FAGULHA
NO UNIVERSO
DE NOITE
EU TENHO
PACIÊNCIA
DE PROCURAR O AMOR
COMO ALGÉM
PROCURA
UMA AGULHA
NUM PALHEIRO
À NOITE
O SEU ENCANTO
FURA O MEU OLHO
DE ´PÁSSARO
E EU CANTO BEM MELHOR
QUANDO EU LAMENTO
A NOITE EU SOU A MINHA PAZ
EM LUTA
CONTRA
O MEU PRÓPIO
E IMPRÓPRIO
TORMENTO
A NOITE
EU NÃO SINTO O PESO
DO MEU CORPO
NEM DOS REMORSOS
À NOITE EU VOO
PROCURANDO
OS SEUS PENSAMENTOS
domingo, 2 de agosto de 2009
Dans Mon Ile
Dans mon île
Ah comme on est bien
Dans mon île
On n'fait jamais rien
On se dore au soleil
Qui nous caresse
Et l'on paresse
Sans songer à demain
Dans mon île
Ah comme il fait doux
Bien tranquille
Près de ma doudou
Sous les grands cocotiers qui se balancent
En silence, nous rêvons de nous.
Dans mon île
Un parfum d'amour
Se faufile
Dès la fin du jour
Elle accourt me tendant ses bras dociles
Douce et fragile
Dans ses plus beaux atours
Ses yeux brillent
Et ses cheveux bruns
S'éparpillent
Sur le sable fin
Et nous jouons au jeu d'Adam et Eve
Jeu facile
Qu'ils nous ont appris
Car mon île c'est le Paradis
HENRI SALVADOR
Recaída
uma guitarra chorando tímidos acordes
um salão de baile improvisado
nos tacos polidos de madeira de uma sala
duas cubas libres fáceis
só nós dois e mais duas testemunhas
olhos de rodelas de verde limão
em copos altos
espirros de álcool e coca cola no sofá macio
Beijos escandalosos!
P R E S S A
ESTRESSA
ESTRAGA
APAGA
PROPAGA
APENAS
SOMBRAS
IMAGENS
DIFUSAS
CONFUSAS
A PRESSA
NÃO ACEITA
PRECES
PAUSAS
POSES
A PRESSA
NÃO PRESTA
NÃO ABRE
NEM FECHA
AS PORTAS
AS JANELAS
AS FRESTAS
A PRESSA
É SEMPRE
UMA FUGA
QUE ATRAVESSA
ÁS CEGAS
AS RUAS DO DESTINO
sábado, 1 de agosto de 2009
É O PULSAR
Eu sinto dia após dia
(menos o ponto da fragilidade)
Defendo, não isolo
É fato essa invasão
Como o mar que deságua no oceano
Viramos imensidão.
Você bate na minha porta
Deixo entrar não como visitante...
Adentre forte sem querer sair
O livro da minha vida
Agora dedilha as suas linhas.
Respiro profundo pelos cantos
No meio do universo lhe encontro
Estado completo
Ah! Como lhe amo
Até numa fração de segundos.
... Juliana Carla <> Rabisco e rascunho ...
Cigarra
Cigarra
mostre as suas garras!
me acaricia
com as suas mãos de plumas
me orienta
com as suas antenas desligadas
risque a minha pele
com as suas unhas
navalhas curvas
turva o meu bom senso
esclarece a minha loucura
fura com toda fúria
o balão do meu coração
e costura com luxúria
o meu peito inocente
Patrici...ci...ci...cia
e Pagu ao mesmo tempo
só você sabe viver todos os tempos
trazer ao seu favor todos os ventos
Então devasta a minha solidão
Ci...ci...ci...cigana
Ci...ci...ci...cigarra
leia em minhas mãos
o meu destino
não não leia não
eu quero a surpresa!
cante apenas
para espantar as formigas
de todas intrigas
Seja a minha amiga
nas horas em que me revolto
Seja o meu amor
nas horas em que eu lhe devoto
Seja minha com toda a liberdade
Seja minha sem que eu seja
incomoda espinha em sua face límpida
Tire os espinhos da rosa da minha boca
Ci...ci...ci...cigana
Ci...ci...ci...cigarra
que beija o possível
e escarra o alheio
de onde você veio
para onde você vai?
não importa
seja sempre o meio
que atraí...
dois pólos opostos
Pretty Baby
You must know
i wanted
more beautiful dream of all daybreak
A cólírio of dreams
wish a delirium
You came with the strength of a feather
solid foam
Baby Doll white silk
In contrast with her hair black Chanel
i wanted honeymoon
rival of Sun
any paper
and act bureaucratic
i was crazy
When i dissolvi in looking
i noticed fantastic
When your kiss
and felt his lips cherry blossoms
i wanted the same with you
i finally experience
the gentleness of love intensely
you which is the flower of my seed verses
You might have appeared pretty baby
with your baby doll silk
overly romantic
semantics scattering a rain of pearls
met and white
to make it even clearer my love for you
J'ai besoin
avec Mlle qui ne voient pas il y a de nombreuses années
avec les souhaits de ceux qui cherchent dans tous les coins
la larmes de swap pour sourires.
J'ai besoin à toutes les heures
dans les jours longs que la solitude j'explore
En court devora de notre amour intense ;
J'ai besoin
comme un navire a besoin d'une lampe frontale
un matin dans son ensemble a besoin de la lumière du soleil
toute rêveur doit inventer un grand amour
et je pense.
Je dois dans chaque nuit.
Casques bleus votre souvenir.
lisse comme une pluie fine battant est en vitrage
charmant, comme est, un rêve Éternel...
acceptant... mais il est.