terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Provoca
Você me provoca
quando sai da sua toca
e foca o seu rosto lindo
dentro da câmera do meu olhar
Você provoca todos os meus sentidos
quando você fala eu sou só ouvidos
quando você silencia eu grito ao mundo
que sou só seu
quando você me beija eu levito
quando você me deixa eu não evito
fazer do meu travesseiro
o seu corpo comprimido em minha lembrança
Você me provoca sempre me provoca
e cavoca todo o meu ser
até aparecer o que eu julgava não mais ter
o que eu nem cogitava ser
Você me provoca
evoca momentos de infância
arroubos da juventude
me provoca...invoca contra o tempo...
o tempo que passou...o tempo perdido...
o tempo que me resta...
o tempo que ainda presta ser vivido
o tempo que empresta os encantos
dos seus desígnios!
Carlos Gutierrez
quando sai da sua toca
e foca o seu rosto lindo
dentro da câmera do meu olhar
Você provoca todos os meus sentidos
quando você fala eu sou só ouvidos
quando você silencia eu grito ao mundo
que sou só seu
quando você me beija eu levito
quando você me deixa eu não evito
fazer do meu travesseiro
o seu corpo comprimido em minha lembrança
Você me provoca sempre me provoca
e cavoca todo o meu ser
até aparecer o que eu julgava não mais ter
o que eu nem cogitava ser
Você me provoca
evoca momentos de infância
arroubos da juventude
me provoca...invoca contra o tempo...
o tempo que passou...o tempo perdido...
o tempo que me resta...
o tempo que ainda presta ser vivido
o tempo que empresta os encantos
dos seus desígnios!
Carlos Gutierrez
Crença
Dádivas
Dívidas
Dúvidas
junte os dedos
tamborile os medos
não duvide dos estalos
e lampejos
doe os seus pulsos
aos impulsos
sem freios
escorre sangue
expulso e espêsso
um jorro de sobrevida
contra todos os tropeços
avêssos às derrotas
travêssos como arabescos
que enfeitam as janelas
às portas sem voltas
sem chaves de revoltas
ou cadeados arrependidos
correntes de si mesmo
Creia em seus versos
mais que o próprio poema
Carlos Gutierrez
t
Dívidas
Dúvidas
junte os dedos
tamborile os medos
não duvide dos estalos
e lampejos
doe os seus pulsos
aos impulsos
sem freios
escorre sangue
expulso e espêsso
um jorro de sobrevida
contra todos os tropeços
avêssos às derrotas
travêssos como arabescos
que enfeitam as janelas
às portas sem voltas
sem chaves de revoltas
ou cadeados arrependidos
correntes de si mesmo
Creia em seus versos
mais que o próprio poema
Carlos Gutierrez
t
domingo, 11 de abril de 2010
Enquanto seu Lobo não vem
Não é coincidência
te querer agora
Repare...
o mundo lá fora é calmo
os alvos estão atingidos
a última paixão foi embora
carregando laços embutidos
O pomar cresce calmo
e promete frutos
Não é a toa esta carência
este desejo de te rever
em ângulos inusitados
Há muito para sonhar amanhã
mas hoje me furto da decência
de não pedir mini pecados
Mas preciso que entenda o negócio:
Eu apenas te amo em momentos de ócio
Barbara Leite
te querer agora
Repare...
o mundo lá fora é calmo
os alvos estão atingidos
a última paixão foi embora
carregando laços embutidos
O pomar cresce calmo
e promete frutos
Não é a toa esta carência
este desejo de te rever
em ângulos inusitados
Há muito para sonhar amanhã
mas hoje me furto da decência
de não pedir mini pecados
Mas preciso que entenda o negócio:
Eu apenas te amo em momentos de ócio
Barbara Leite
Baby Blue - Bob Dylan
Baby Blue
que tudo se torne azul em nossas vidas
Que o céu acolha nossas lágrimas e sorrisos
que as lágrimas se tornem gotas de chuva
para manter os solos sempre profícuos
e os sorrisos sejam estrelas brilhando
e refletindo o seu brilho aqui em baixo
enquanto contemplamos mais um dia vivido
Baby Blue
que a sua jaqueta azul
tenha sempre um bolso vago
para eu colocar um poema
e que o seu jeans
que cada vez fica mais lindo
atravesse o meu caminho
com o fascínio de uma inédita paisagem
Baby Blue
azule a chama dourada e vermelha
que me queima por dentro
segure o vento da minha impaciência
Derrame do bule
um generoso café na xícara de porcelana
e me acompanha...
nesse novo dia
que principia e que pretendo ver e sentir
mais azul ainda!
Tradução Livre
Carlos Gutierrez
sábado, 10 de abril de 2010
FORMIGAS
Como desprezo as trabalhadoras!
Tão compenetradas, furtivas,
Tal qual urtigas quando tocadas,
Separadas do seu açúcar...
Como gostaria de esmagá-las!
Poupá-las de suas vidas
frágeis e inúteis.
Débeis escravas fúteis.
Sempre desejando o doce.
Sempre procurando o açúcar.
Observo os padrões
De suas caminhadas.
Motivadas, obcecadas,
Não parando por nada.
Farejando, analisando,
Coletando o açúcar.
Pela manhã, à noite,
à tardinha, dedicadas,
obedecendo às ordens
da rainha, entregando-se
a vaidades infindáveis.
Lutando por migalhas,
Explodem em batalhas,
Cedendo a surtos
De ambição.
Esquecendo, ignorando
o coração.
Sempre cobiçando,
Sempre buscando o açúcar...
Zenilton Silva Júnior
Tão compenetradas, furtivas,
Tal qual urtigas quando tocadas,
Separadas do seu açúcar...
Como gostaria de esmagá-las!
Poupá-las de suas vidas
frágeis e inúteis.
Débeis escravas fúteis.
Sempre desejando o doce.
Sempre procurando o açúcar.
Observo os padrões
De suas caminhadas.
Motivadas, obcecadas,
Não parando por nada.
Farejando, analisando,
Coletando o açúcar.
Pela manhã, à noite,
à tardinha, dedicadas,
obedecendo às ordens
da rainha, entregando-se
a vaidades infindáveis.
Lutando por migalhas,
Explodem em batalhas,
Cedendo a surtos
De ambição.
Esquecendo, ignorando
o coração.
Sempre cobiçando,
Sempre buscando o açúcar...
Zenilton Silva Júnior
quarta-feira, 7 de abril de 2010
A Música do POEMABLOG
O video que eu desejava mostrar não pode ser incorporado
Assista nesse link
http://www.youtube.com/watch?v=NxM57MgxiRw&feature=related
Olhe através dos campos, ver-me regressando
A névoa de fumaça está em seus olhos e então você desenha um sorriso em seu rosto
A partir da lareira, onde as minhas cartas para você estão queimando agora
Você teve tempo para pensar sobre isso por um tempo, mas ele foi embora
sem deixar rastros ou lastros
Bem, eu andei duzentas milhas, olha´me e veja
o quanto eu me arrasto
É o fim da caça e da lua é elevada
Não importa quem ama quem
Você me ama ou eu lhe amo
há um clima apaixonado
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo do céu
Eu posso ver através de suas paredes, e eu sei que você está sofrendo
Tristeza cobre-lhe como uma capa
Ainda ontem, eu sei que você estava flertando
Com o desastre que conseguiu escapar
Bem, eu não posso fornecer para você respostas fáceis
Quem é você que eu tenho que mentir?
Você sabe tudo sobre ele, o amor
Vai caber-lhe como uma luva
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo do céu
Eu posso ouvir o seu coração tremendo bater como um rio
Você deve ter vindo a proteger alguém, da última vez eu lhe chamei
Eu nunca lhe pedi nada que você não pudesse entregar
Eu nunca pedi que você se preparasse para uma queda
Eu vi milhares de pessoas que poderiam ter superado a escuridão
Pelo amor de uma ilusão ruim eu consternado os assisti morrendo
Fique por perto, baby, nós não estamos nem podemos participar desse circo horrendo
Não olhe para mim,olhe para si primeiro
eu vou lhe ver e contemplar
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo do céu
Nas suas lágrimas, eu posso ver o meu próprio reflexo
Foi na fronteira do norte do Texas, onde eu cruzei a linha férrea
Eu não quero ser um tolo com fome de afeto
Eu não quero me afogar em alguém igual vinho numa adega deserta
Para toda a eternidade, acho que eu vou lembrar
Esse vento gelado que está soprando em seu olho
Você vai me procurar e você vai me encontrar
No deserto de sua mente
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo do céu
Bem, enviei-lhe os meus sentimentos em uma carta
Quando você estava apostando em um apoio
Desta vez, amanhã eu vou conhecê-la melhor
no comboio da lucides do meu tropel de pensamentos
Quando a minha memória não é tão curta e sofrível
Desta vez estou pedindo por liberdade
A liberdade de um mundo que nega
E você vai me dar agora
Vou levá-la de qualquer maneira
cúmplice da minha aurora
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo
Quando a noite vem caindo do céu
e explora todo o meu ser,
Lyrics provided by LyricsMode.com
Bob Dylan
Tradução livre
terça-feira, 6 de abril de 2010
O Amor Platônico
Não despreze o amor platônico
ele pode ser tão ou mais intenso que um amor real
ele desconhece distâncias
e se esforça cada vez mais para se aproximar
e duelar com o real
Renovo
Não repara baby!
na minha cara assustada
Acordei confuso
difuso
Em que lugar eu guardei as minhas chaves
pela última vez?
Deu um branco em meu cérebro!
uma camada de neve
na massa cinzenta
travou a minha memória
preciso fortalecer as conexões sinápticas
Talvez um café bem forte e aromático
me jogue novamente para a realidade
e um pão com manteiga
ostensivamente amarela
iguais as penas de um canário belga
faça eu querer me dissolver
na aquarela de um novo dia
Quando eu mesmo senti prazer
de fazer a barba
moldar nuvens de espuma
deslizar a lâmina feito pluma
e borrifar de água velva
o meu rosto
e ter a vontade de sentir uma pele
que me oferecesse carinhos
e esticasse feliz a minha epiderme?
Ah! faz tempo!
e aquele beijo silvestre
com gosto de morango
aquele longo beijo que suga
todos os desejos inconfessos
aqueles decotes
em triângulos e losangos
aquelas janelas perfumadas
que eu procuro em seu corpo
há quanto tempo se fecharam
e filtram apenas luzes de lembranças
pelas frestas entre arestas de sonhos extras
Não repara baby!
na minha cara amarrada
de poucos amigos
e nenhuma namorada
Acordei com a roupa amarrotada
e o corpo ainda indolente
que ainda sente o cansaço de ontem
Em que lugar eu deixei os meus passos
Estava de tênis ou de mocassim
em alguma rua alternativa
que eu escolhi para escapar
do itinerário da rotina
ou dentro de um shopping
repleto de vitrines convidativas
Hum...lembro vagamente
que flertei tolamente
com a fria manequim de cera
Eu ou quem estava à minha frente!
Depois desolado
entrei no cinema
e joguei os meus olhos
marejados de dilemas
sobre a tela para viver uma cena de amor
mas o filme era de guerra
Só violência e estampidos de tiros
sobre os meus ouvidos
e eu saí mais estilhaçado...
do que já era...
mas se você me espera!
eu faço a barba de novo
e sorrio com amor prá você!
Carlos Gutierrez
na minha cara assustada
Acordei confuso
difuso
Em que lugar eu guardei as minhas chaves
pela última vez?
Deu um branco em meu cérebro!
uma camada de neve
na massa cinzenta
travou a minha memória
preciso fortalecer as conexões sinápticas
Talvez um café bem forte e aromático
me jogue novamente para a realidade
e um pão com manteiga
ostensivamente amarela
iguais as penas de um canário belga
faça eu querer me dissolver
na aquarela de um novo dia
Quando eu mesmo senti prazer
de fazer a barba
moldar nuvens de espuma
deslizar a lâmina feito pluma
e borrifar de água velva
o meu rosto
e ter a vontade de sentir uma pele
que me oferecesse carinhos
e esticasse feliz a minha epiderme?
Ah! faz tempo!
e aquele beijo silvestre
com gosto de morango
aquele longo beijo que suga
todos os desejos inconfessos
aqueles decotes
em triângulos e losangos
aquelas janelas perfumadas
que eu procuro em seu corpo
há quanto tempo se fecharam
e filtram apenas luzes de lembranças
pelas frestas entre arestas de sonhos extras
Não repara baby!
na minha cara amarrada
de poucos amigos
e nenhuma namorada
Acordei com a roupa amarrotada
e o corpo ainda indolente
que ainda sente o cansaço de ontem
Em que lugar eu deixei os meus passos
Estava de tênis ou de mocassim
em alguma rua alternativa
que eu escolhi para escapar
do itinerário da rotina
ou dentro de um shopping
repleto de vitrines convidativas
Hum...lembro vagamente
que flertei tolamente
com a fria manequim de cera
Eu ou quem estava à minha frente!
Depois desolado
entrei no cinema
e joguei os meus olhos
marejados de dilemas
sobre a tela para viver uma cena de amor
mas o filme era de guerra
Só violência e estampidos de tiros
sobre os meus ouvidos
e eu saí mais estilhaçado...
do que já era...
mas se você me espera!
eu faço a barba de novo
e sorrio com amor prá você!
Carlos Gutierrez
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O Sonho
Sonho
sonho o par ideal
perfeitamente imperfeito
qual
o precípicio com a corda
o caminho e a encruzilhada
o atalho e o labirinto
o momento e o infinito
o seu corpo e o meu desejo
o seu olhar e a minha inspiração
o seu perfume e o meu suspiro
o proibido com a transgressão
o ímpeto e a liberdade
o lápis e a folha de papel
o esboço e o carvão
a sombra e a luz
o pincel e a tela
a transparência e a aquarela
a espátula e a camada de tinta
o verniz e o brilho
o Sol e a Lua
a madrugada e o orvalho
o pecado e a pureza
o carinho e a pele
o amor e a paixão
o salto e a rede
o bálsano e a ferida
O par perfeito
que aperfeiçoa o imperfeito
e abraça o largo com o estreito
e se afeiçoa
tanto ao que é à toa
quanto ao que é essência
O par perfeito
o vagão com a locomotiva
o encanto do olhar com a paisagem
a aventura e a viagem
o verão e a praia
o outono e a folha da reflexão
ojardim com a primavera
o espinho e a pétala
o inverno e a lareira
Nós
nós formamos o par perfeito
como se fôssemos
o jeans com a camiseta
o céu com a estrela
o livro com a imaginação
as frases com todas as letras
o coração com a razão
o ponto de fuga com a perspectiva
o encontro com a tentativa
o segredo com a revelação
o sonho possível com a realidade imprevísivel
Carlos Gutierrez
sonho o par ideal
perfeitamente imperfeito
qual
o precípicio com a corda
o caminho e a encruzilhada
o atalho e o labirinto
o momento e o infinito
o seu corpo e o meu desejo
o seu olhar e a minha inspiração
o seu perfume e o meu suspiro
o proibido com a transgressão
o ímpeto e a liberdade
o lápis e a folha de papel
o esboço e o carvão
a sombra e a luz
o pincel e a tela
a transparência e a aquarela
a espátula e a camada de tinta
o verniz e o brilho
o Sol e a Lua
a madrugada e o orvalho
o pecado e a pureza
o carinho e a pele
o amor e a paixão
o salto e a rede
o bálsano e a ferida
O par perfeito
que aperfeiçoa o imperfeito
e abraça o largo com o estreito
e se afeiçoa
tanto ao que é à toa
quanto ao que é essência
O par perfeito
o vagão com a locomotiva
o encanto do olhar com a paisagem
a aventura e a viagem
o verão e a praia
o outono e a folha da reflexão
ojardim com a primavera
o espinho e a pétala
o inverno e a lareira
Nós
nós formamos o par perfeito
como se fôssemos
o jeans com a camiseta
o céu com a estrela
o livro com a imaginação
as frases com todas as letras
o coração com a razão
o ponto de fuga com a perspectiva
o encontro com a tentativa
o segredo com a revelação
o sonho possível com a realidade imprevísivel
Carlos Gutierrez
domingo, 4 de abril de 2010
Soprador
cortinas vivas
do vento artificial
sentado na cadeira
na menor sala
da casa.
que saudade
saudade
saudade
saúde
saudável
saliva.
cadê a luz?
ai, mas cadê a luz?
o tal do Deus
levou o Sol pra casa.
agora tô aqui sozinha,
no escuro.
e você ta-hí,
sentado
na cadeira,
soprando feito bobo
as cortinas da vida.
Bruna Moraes
do vento artificial
sentado na cadeira
na menor sala
da casa.
que saudade
saudade
saudade
saúde
saudável
saliva.
cadê a luz?
ai, mas cadê a luz?
o tal do Deus
levou o Sol pra casa.
agora tô aqui sozinha,
no escuro.
e você ta-hí,
sentado
na cadeira,
soprando feito bobo
as cortinas da vida.
Bruna Moraes
Mexe meche comigo
Você mexe meche comigo
qual uma colher mexe meche dentro de uma xícara de café
oferecida a Pessoa em algum lugar aconchegante de Lisboa.
e então ele obedece o ritual de todas as tardes:
tira o chapéu, arranca do bolso uma folha de papel e uma caneta
e começa a escrever sobre a mesa improvisada
que sonha um dia ser uma cativa escrivaninha.
Entre goles e goles de café e baforadas de cigarros
ele escreve e exercita o ofício de criar personagens,
mais e mais do que personagens: pessoas em sua Pessoa
- anônimos heterônimos- que preenchem a sua rotineira vida -
qual um vestido sonha em preencher uma bela dama
e forjar as chamas nos olhos dos homens seduzidos pelos seus recortes ...
Você mexe meche remexe remeche os meus sentidos
O vermelho dos seus lábios
e o vinho dos seus mistérios
inebria e esclarece as noitea compridas
nas tabernas divertidas e descomprometidas do tempo
Licorizadas
Ouço jazz e charleston
Burlo a Lei Seca
Tiro o paletá riscado de giz
e abraço a taça do vinho rubi
que devassa os versos vermelhos
Vermelhos os meus olhos estão assim agora!
Lágrimas de sangue
soluços de saudade
qual uma colher mexe meche dentro de uma xícara de café
oferecida a Pessoa em algum lugar aconchegante de Lisboa.
e então ele obedece o ritual de todas as tardes:
tira o chapéu, arranca do bolso uma folha de papel e uma caneta
e começa a escrever sobre a mesa improvisada
que sonha um dia ser uma cativa escrivaninha.
Entre goles e goles de café e baforadas de cigarros
ele escreve e exercita o ofício de criar personagens,
mais e mais do que personagens: pessoas em sua Pessoa
- anônimos heterônimos- que preenchem a sua rotineira vida -
qual um vestido sonha em preencher uma bela dama
e forjar as chamas nos olhos dos homens seduzidos pelos seus recortes ...
Você mexe meche remexe remeche os meus sentidos
O vermelho dos seus lábios
e o vinho dos seus mistérios
inebria e esclarece as noitea compridas
nas tabernas divertidas e descomprometidas do tempo
Licorizadas
Ouço jazz e charleston
Burlo a Lei Seca
Tiro o paletá riscado de giz
e abraço a taça do vinho rubi
que devassa os versos vermelhos
Vermelhos os meus olhos estão assim agora!
Lágrimas de sangue
soluços de saudade
sábado, 3 de abril de 2010
Creedence ´Clarividência
MENTE
É PREMENTE
QUE A SUA
A MINHA
AS NOSSAS MENTES
SEJAM SOMENTE
SEMENTES
DE BONS PENSAMENTOS
PENSAVENTOS
QUE INJETEM
NOBRES SENTIMENTOS
MENTE
SE HÁ INTRIGAS
BRIGAS DE SERPENTES
DE MAUS PENSAMENTOS
LIVRE CADA NEURÕNIO DO SEU CÉREBRO
DESABAFE NOS PRATOS METÁLICOS
DE UMA BATERIA HISTÉRICA
CLARIVIDÊNCIA ESFÉRICA
DOS HEMISFÉRIOS DOS CÉREBROS
E MISTÉRIOS
Carlos Gutierrez
The Air That I Breathe - The Hollies
Lembra o ar que eu respiro
quando eu estou nos campos
longe fora da infectada cidade
impregnada de óleo e poluição sem graxa
Lembra o ar que eu respiro
quando eu suspiro a sua saudade
quando eu conspiro com todas as palavras
para dizer da forma mais exata
o quanto eu amo você e digo na lata
sem receios de me arrepender
Lembra o ar do ceu que eu vou flutuar
quando sonhar com você e puder me safar
do pesadelo da solidão
que um vendedor de ilusão feito nuvem
se fez passar por doce algodão
e eu ingênuo quis provar
Carlos Gutierrez
BUS STOP - The Hollies
Lembra Chuva
guarda - chuva aberto
temor de relâmpagos incertos
roupas molhadas
sapatos e botas encharcadas
líquidos desafios
desvios dos pingos
e varetas suspeitas e distraídas
na multidão que foge da tempestade
Lembra roupas literalmente molhadas
cruéis pneus sarcásticos
que se transformam em esguichos
para jogarem toda a água acumulada
nas poças recentes e já contaminadas
em nossos corpos
em nossas caras assustadas
Lembra chuva
Gene Kelly dançando na chuva
abraçando postes
lavando a sua alma que já é tão pura!
Lembra chuva
que perdura nas vidraças das janelas do meu quarto
em gotículas cintilantes
como as lágrimas ofegantes dos meus olhos
quando choram a sua saudade
Bus Stop!
deixa o trem azul dos meus sonhos passar...
Carlos Gutierrez
sexta-feira, 2 de abril de 2010
CONTAGEM
CONTA
RECONTA
FAZ DE CONTA
FIQUE PRONTA
APRONTA
AFRONTA
DES PONTA
E ME CONTA
OUTRA VEZ
CONTA VAI
CONTA MAIS
CONTA TUDO
CONTRA TODOS
CONTA...CONTA...
EM CONTA-GOTAS
OU NUM DILÚVIO
CONTA QUE EU ESCUTO
TUDO
MAS SE É SEGREDO
ME FAÇO
ESCUDO DO SEU MEDO
E DISFARÇO
TRAPAÇO
QUE NADA OUVI
QUE SOU SURDO
CONTA
RECONTA
DESCONTA
FAZ DE CONTA
NA CONTAGEM SEM VANTAGEM
SEM CHANTAGEM
QUE ME ENCONTRA E NÃO CONTA
PRÁ NINGUÉM
carlos Gutierrez
RECONTA
FAZ DE CONTA
FIQUE PRONTA
APRONTA
AFRONTA
DES PONTA
E ME CONTA
OUTRA VEZ
CONTA VAI
CONTA MAIS
CONTA TUDO
CONTRA TODOS
CONTA...CONTA...
EM CONTA-GOTAS
OU NUM DILÚVIO
CONTA QUE EU ESCUTO
TUDO
MAS SE É SEGREDO
ME FAÇO
ESCUDO DO SEU MEDO
E DISFARÇO
TRAPAÇO
QUE NADA OUVI
QUE SOU SURDO
CONTA
RECONTA
DESCONTA
FAZ DE CONTA
NA CONTAGEM SEM VANTAGEM
SEM CHANTAGEM
QUE ME ENCONTRA E NÃO CONTA
PRÁ NINGUÉM
carlos Gutierrez
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Patty Duke - A Inspiração do Poemablog
Onde estará a garota da escola
que jamais me deu bola
onde estará/
dentro de uma garrafa de Coca Cola
ou mergulhada em um sundae
sorvo a sua lembrança agora
bebendo um milk shake
onde estará a garota da escola?
não amola garoto tímido
ela nem lhe olha
nem percebe que lhe segue
alguns versos jogados ao vento
do lado de fora de um coração
que explora os caminhos da solidão
Onde estará linda garota
Patty Duke marota
cheia de encanto e energia
com muito mais gás do que um refrigerante
Ela se perdeu no tempo
e apenas eu a vejo em doces lembranças
Carlos Gutierrez
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