quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Intolerância

Pinga pinga
insistentemente
todas as torneiras
choram sobre as frias pias
gota a gota
sobre o mármore
sobre o aço inoxidável
pinga o som
sobre os meus ouvidos torturados
e entram penetram
esses intervalos de gritos
entre os silêncios aflitos
não consigo dormir
pingam pensamentos
lembranças planos
mirabolantes e medíocres
pingam pingam
escorrem sobre o meu corpo indefeso
pingam pingam
gotas de suor
despejam-se lamentos
e me afogo em tormentos
pinga pinga pingam
líquidas turbulências
chuvas tempestades
granizos que entopem a mente
não consigo sonhar
a vida tem sido um bueiro de pesadelos

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Salve