terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Gangue

A gangue sobrevive
mesmo em ruas mais estreitas
e becos vigiados




por câmeras camufladas
instaladas no alto dos  postes
e marquises maquiavélicas
A gangue se fortalece e rejuvenesce
quando encontra mais perigos
e se enlouquece se apetece
quanto mais altos forem os muros
As gangues gostam de concretos apuros
pactos de sangue e groselha
em cenários cinzas
que unem o preto ao branco
e criam atmosferas impregnadas
de mistérios e neblinas
Alguns chegam a pé
com os seus sapatos abotinados
ou tênis desamarrados
que mostram as suas línguas sedentas
por novos caminhos
outros chegam com seus cavalos de aço
e motores eufóricos
As gangues brigam por espaço
saem no braço em correntes
socos ingleses armas brancas
ou qualquer outro artefato
que possam ferir e humilhar
As gangues sobrevivem mesmo por lutar
por todos os motivos 
fúteis passionais emotivos
ou sem motivos só para mostrarem
como tijolos aparentes
que os seus integrantes ainda estão vivos
ainda procuram sentidos em viver




Carlos Gutierrez

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Salve