sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

BROTO

Pode o tempo passar                  
que ele jamais há de ofuscar      
a sua beleza                               
Você sempre será um broto        
a expectativa da flor mais linda  
a pista de pouso das borboletas  
o repouso das suas asas              
Você está mesmo um broto         
o meu olhar maroto não vacila    
e quando lhe vê                          
brilha mais do que paetê            
em noite de Carnaval sem chuva 
nos trajes sumários das passistas 
ou no relicário da porta-estandarte
O seu brilho vem de dentro           
do esplendor de sua sensibilidade 
Eu sei...eu sei...                           
desde que entrei                           
na Sociedade dos Poetas Mortos     
e encontrei seus vivos versos         
- sentimentos manifestos -             
suportes para outras mortes          
Desfolhei  e encontrei as suas pétalas
senti o seu perfume                       
folheei os seus segredos                 
e encontrei na flor aberta do seu ser
mais um surpreendente broto         
que se renova na terra                    
adubado pelos seus escritos            
e silencios diluídos                         
Poxa você está mesmo um broto!    
Um bombom de licor                      
nas mãos de um garoto                   
mpossível não lhe olhar                  
e flertar os seus encantos               
ouvir a sua doce voz que ne trouxe
paz e inquietude                              
o coquetel da maturidade                
misturada à juventude                     
Você está mesmo um...glub...glub...
broto..glub...glub...que enrosco      
no jardim da minha garganta           
                                                       
                                                       
Carlos Gutierrez                               

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Encontro

talvez a sua chegada
tenho o gosto da melhor tragada
lufada de sonhos em espirais
talvez ela fôsse pre destinada
prá quem como eu
que quase nunca teve nada
além do excesso de vontade
que ao carregar o balde
deixa escorrer quase toda á água
e se naufraga em seus próprios desejos
talvez a sua chegada
fôsse o sumiço do caniço
que namorou peixes e botos
e trouxe em sua linha
um pé de botas furadas
talvez a sua chegada
espirrasse uma chuva de lágrimas
prevendo um sol risonho
um girassol vivo
de olhares amarelos cativos


Carlos Gutierrez

Trens Triturando Trilhos





Barbara Lia

Poema Adolescente

Tudo é contrário
adverso e improvável
distãncias e horários
mas nada faz com que eu desista
de um dia trapaçear o seu rosa cachecol
e sentir o seu perfume
e me sentir vagalume dentro do seu sol
nada faz com que eu desista
sou mais teimoso que o Kid Vigarista
que vive seguindo as suas pistas
e queima as pestanas e os neurõnios
para tentar lhe despertar algum interesse
e poder por um instante
abaixar o seu lindo nariz arrebitado
e fazer esvoaçar em delírio
os seus cabelos de fogo
Sei que sou apenas um lance fortuito
de um jogo de milhões de probabilidades
apenas um tolo palpite
que sonha a loteria do seu olhar...
então sigo kid Vigarista...
que comete o delito de lhe amar
Doce Penélope Charmosa...
ah se eu fõsse seu carro cor de rosa!

Carlos Gutierrez

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tentativa

Tentei falar com você
mas nem as paredes me dão ouvidos
Ela nem querem saber dos alaridos
que soam nas ruas congestionadas dos meus sentidos
elas são surdas
mudas e ríspidas
só sabem fechar e separar

ambientes
olham indiferentes as luzes
quando elas se acendem
e não atendem os desejos das
portas e janelas



que rangem solitárias
Deixa o frio
No chão
Vem se deitar
A cortina do teu quarto
fechou
E o azul já se foi
Na manhã
Que corre pra ver o luar


Carlos Gutierrez

O que eu posso mudar?

O que eu posso mudar em minha vida, baby
o meu dia medíocre
o cotidiano ordinário
o lugar onde eu moro
a tristeza onde eu me escondo
o que eu posso, baby?
se já nem mesmo respondo
pelos meus próprios atos!
eu posso mudar a disposição dos móveis
namorar as páginas de um livro esquecido
olhar o teu album querido
pela milésima vez
e rasgá-lo em devoção
ou em desejo
o que eu posso mudar, baby
o curso do destino
o discursso entediante da minha vida
a ferida numa superfície ainda virgem
da minha pele
o que eu posso mudar
encolher os meus sonhos
esticar o pesadelo da realidade
o que eu posso mudar, baby?


Carlos Gutierrez

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Red Apples


And leave behind all those balconies?
Written Leave flowers, flowers, raindrops?
Here Leave all this coca-cola-gum-ashtray?
And both have sound in my throat!
Back off leaving an orchard of fruit
with plastic foam in ground glass powder
and wheat flour,
because this step and velvet kiss
the wrinkled face of evil sleeping pillow
at night with the sun,
no longer suited to my ramblings slightly cracked,
restored with the gum base of pollen,
tar and trivia.
And one day, perhaps today,
to break the capsule guardian fluorescence wonderful
that such adjectival polyglot musician
into refined and relaxing stay
intact in their everyday evil,
blood, nerves and tissues are patterned fabrics
or black does not matter
because the door to smile always is open.
And leave it all behind?
There are so many budding fruit!
I may take or leave behind.
Maybe because I do not know.
Maybe it is just a beautiful orchard


Desirée Gomes

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Love is Just a Four - Letter Word - Tradução Livre

Parece que foi ontem
Eu deixei minha mente para trás
Em algum café aconchegante
Estava com uma amiga de outro amigo meu
Ela estava sentada com um bebê pesado no colo
No entanto, falou de vida mais livre da escravidão
Com os olhos que não demonstraram nenhum traço de miséria
A frase em primeira conexão com ela que ouvi sem rancor
é que o amor é apenas uma palavra de quatro letras
mas como se sustenta em meio a tantas outras palavras longas e sem sentidos

Fora do café há uma loja incoerente com esse ambiente
muitos gritos com apelos consumistas
Pela janela da frente eu vejo
Gatos que miam ao romper do dia
Mas eu me mantenho em silencio,
com a minha boca fechada também
Para você eu não tenho palavras para dizer
quanto menos conselhos
Minha experiência é limitada e desnutrida de qualquer zelo
Você estava falando hilariante
enquanto eu escondi
Para quem era o pai de seu filho
Você provavelmente não acho que eu fiz, mas ouviu dizer
Você diz que o amor é apenas uma palavra de quatro letras
quanto poder essa pequena palavra tem

Eu disse um adeus despercebido
aquele adeus não consentido
Empurrado para o universo da minha própria jogatina
que seca as minhas veias e mina o meu sangue numa latrina
que disseca todos os meus sentimentos
w resseca todos os meus sonhos
Evaporação completa do meu ser
Embora eu ainda tente e me arrebente
como frágil corrente
que falha no confronto com qualquer porta
Penso nessa hora que não há mais nada a fazer
Absurdo que o amor é apenas uma palavra de quatro letras
mas consegue abrir tantas portas

Embora eu nunca soube exatamente o que você quis dizer
Quando você estava falando com o seu homem
Só posso pensar em minha experiência própria
E agora eu entendo
Depois de acordar muitas vezes o suficiente para pensar que eu vejo
O sagrado beijo que supõe a eternidade passada
Sopra uma rajada de fumaça, seu destino nebuloso
Recai sobre estrangeiros, viagens grátis
Sim, eu sei agora, as armadilhas só são definidas por nós mesmos
E eu realmente não preciso ser todos os meus extremos
Sei que o amor é apenas uma palavra de quatro letras
mas quantos remos ela tem de reserva para a aventura de viver


Tradução livre
Carlos Gutierrez

Love Is Just A Four-Letter Word

Love Is Just A Four-Letter Word
Seems like only yesterday
I left my mind behind
Down in the Gypsy Cafe
With a friend of a friend of mine
She sat with a baby heavy on her knee
Yet spoke of life most free from slavery
With eyes that showed no trace of misery
A phrase in connection first with she I heard
That love is just a four-letter word

Outside a rambling store-front window
Cats meowed to the break of day
Me, I kept my mouth shut, too
To you I had no words to say
My experience was limited and underfed
You were talking while I hid
To the one who was the father of your kid
You probably didn't think I did, but I heard
You say that love is just a four-letter word

I said goodbye unnoticed
Pushed towards things in my own games
Drifting in and out of lifetimes
Unmentionable by name
Searching for my double, looking for
Complete evaporation to the core
Though I tried and failed at finding any door
I must have thought that there was nothing more
Absurd than that love is just a four-letter word

Though I never knew just what you meant
When you were speaking to your man
I can only think in terms of me
And now I understand
After waking enough times to think I see
The Holy Kiss that's supposed to last eternity
Blow up in smoke, its destiny
Falls on strangers, travels free
Yes, I know now, traps are only set by me
And I do not really need to be
Assured that love is just a four-letter word

Copyright ©1967; renewed 1995 Special Rider Music


Bob Dylan

domingo, 10 de janeiro de 2010

Trívia

Qual é a sua cor preferida
para eu pintar a porta dos meus sonhos?
Qual é o seu doce predileto
para eu tentar sentir o sabor do seu beijo secreto?
Qual é a fruta que lhe dá agua na boca
para eu plantar em meu pomar?
Qual é a flor que mais lhe encanta
para eu procurar em jardins
floriculturas ou varandas?
Qual o seu livro
o seu escritor preferido
para eu entrar como um intrépido clandestino
em seu melhor romance?
Qual é a bebida que lhe apetece
e enobrece todos os seus sentidos?
Quando é o seu melhor despertar
e o melhor consolo do sono
para jamais eu lhe importunar!
Você pode pensar são apenas trivialidades
mas ã verdade para mim é muito mais
são raridades que eu quero encontrar
prá formar o mosaico do seu encanto
não precisa responder
tudo de uma vez
uma por uma
nenhuma por enquanto
importa mesmo lhe ver
lhe conceber
receber as gotas de sua chuva!


Carlos Gutierrez

Invejoso


Invejoso
Arnaldo Antunes / Liminha

o carro do vizinho é muito mais possante
e aquela mulher dele é tão interessante
por isso ele parece muito mais potente
sua casa foi pintada recentemente

e quando encontra o seu colega de trabalho
só pensa em quanto deve ser o seu salário
queria ter a secretária do patrão
mas sua conta bancária já chegou no chão

na hora do almoço vai pra lanchonete
tomar seu copo dágua e comer um croquete
enquanto imagina aquele rstaurante
aonde os outros devem estar nesse instante

invejoso
querer o que é dos outros é o seu gozo
e fica remoendo até o osso
mas sua fruta só lhe dá caroço

invejoso
o bem alheio é o seu desgosto
queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

depois você caminha até a academia
sem automóvel e também sem companhia
queria ter o corpo um pouco mais sarado
como aquele rapaz que malha do seu lado

e se envergonha de sua própria namorada
achando que os amigos vão fazer piada
queria uma mulher daquelas da revista
uma aeromoça, uma recepcionista

e quando chega em casa e liga a tevê
vê tanta gente mais feliz do que você
apaga a luz na cama e antes de dormir
fica pensando o que fazer pra conseguir

o que é dos outros
querer o que é dos outros é o seu gozo
e fica remoendo até o osso
a sua fruta só lhe dá caroço

invejoso
o bem alheio é o seu desgosto
queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

© Rosa Celeste Editora (Universal) / Warner Chappell


FRAGSEMENTES

Transpiração do poema " Maçãs Vermelhas" de Desirée Gomes

http://figurasemlinguagem.blogspot.com/2010/01/macas-vermelhas.html



FRAGMENTOS
FRAGSEMENTES
SEMÂNTICAS
FLAGRES FÁCEIS
CONTORCEM-SE FRASES
FEITAS OU DE EFEITOS
FULMINANTES
OU RETARDADOS
COM FOLGAS E FÔLEGOS
PARA ACENTOS
- INSERÇÕES DE NOVAS PALAVRAS -
E CLANDESTINAS LETRAS
EXPULSAS DE OUTROS LIVROS
DE OUTRAS PÁGINAS
AVÊSSAS E AVULSAS
FRAGMENTOS
IMPREGNADOS NA FLANELA LARANJA
QUE ARRANJA O BRILHO  NO VIDRO
DAS JANELAS
DOS NOSSOS EMBAÇADOS SENTIDOS
FRAGSEMENTES
FLORESCEM NA MENTE
DESFOLHAM PENSAMENTOS
SEGREDAM PÉTALAS
EM MASSAS CINZENTAS
IDEIAS PÉROLAS
RUBORIZADAS
POR MAÇÃS VERMELHAS
DE FINAS CASCAS
E DENSOS DESEJOS
RECHEIOS DE ANSEIOS
SEM FREIOS
SEM SEMENTES
SENTIMENTALÓIDES
MAÇÃS VERMELHAS
MORDIDAS EM DOCE VOLÚPIA
PELOS CANTOS DA BOCA
OU PELO MEIO
PRIMEIRO PELOS OLHOS CHEIOS
DE ÁGUA
AGUAÇEIRO DE ALGUM AVENTUREIRO
DILÚVIO DE NUVENS CONCENTRADAS
FRATURAS NO CÉU
COM MÁGOAS DE ESTRELAS MORTAS
FATALMENTE APAGADAS
FRAGSEMENTES
NA CARTOGRAFIA ÍNTIMA DA CALIGRAFIA
QUE DESAFIA A CAPACIDADE INTERPRETATIVA
DA TENTATIVA QUE CATIVA QUEM CULTIVA
SABER O QUE VAMOS FAZER AINDA
COM NOSSAS VIDAS ÍNFIMAS
QUE AVALIAMOS TÃO ETERNAS


carlos gutierrez

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

SCRAPISMOS

Mando-lhe uns scraps
uns scrapismos
uns ursos infláveis e coloridos
umas flores que se abrem fáceis
em vasos gráficos
Mando-lhe umas confissões
sem riscos de vírus
tenho que fazer algo
algoz ou carinhoso
preencher o meu tempo
Amalgo meu âmago amargo
no pote de açúcar do seu desejo
preciso não dar folga aos meus sentidos
Scraps escapam sobre a tela
e se esfarelam em estrelas e corações partidos
Então venho engolir os seus comprimidos
encapsulados em seus scraps descomprometidos
para atenuar as dores
afugentando as dores da vida
descartando o conta gotas da insônia
chuva de horas perdidas
Mando lhe uns scraps
uns vídeos - ilusões possíveis -
uns depoimentos ressentidos
porque jamais serão aceitos
apenas displicentemente lidos
e espremidos em seu coração vítreo


Carlos Gutierrez

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

LICOR

Licor
Licores
Sabores
de frutas
e flores
de frutas simples
e exóticas
de flores do campo
e de colheitas raras
Como se prepara
um licor
que desde a sua absorção
até o despertar
depois do efeito
de um longo sono
de um encantado sonho
só nos traga a emoção
o doce delírio
sem jamais trazer
nenhuma dor de cabeça
ou remorso da noite intensa?
Eu sei amor...a fórmula...a forma de beber
e sorver todo o prazer que ele pode proporcionar...
eu sei amor...
é só encostar os meus lábios aos seus...
e poder ter a sensação
de arrastar seus doces mistérios!
Licor
licores
de tantas cores
e sabores...
depois do jantar
na sala de estar
na cama
lindamente
desarrumada...
na madrugada...
em nossas revoadas...
nas garrafas naufragadas
salvas pelo mar da paixão!


Carlos Gutierrez

Lembranças


Nessa minha vida vou caminhando,
Por vezes, sem destino, me deixo ser levada...
Pessoas passam, deixam as suas marcas,
Compartilhamos sonhos, segredos, sentimentos.

Eis que um dia, elas se vão, levadas pelo destino,
Não mais seguimos no mesmo e antigo sonho,
Restam apenas as marcas, hoje saudades, no coração,
Algo se torna etéro, distante, ficam no passado.

E assim seguimos em frente, agora a solidão ao lado,
A vida nos espera, austera e fria, no presente,
As pegadas dos que se foram, se dissipam com o tempo.

E nesses caminhos que a vida nos reserva,
As marcas de tudo, lá no fundo, gravadas na alma,
Um novo tempo nos aguarda, restando apenas
........................................................ lembranças

(Reggina Moon)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Revista Cult - Edição 142

Revista Cult - Edição 142

Flower in the Sun


Não resisto, desisto, revisto
Eu desvio minhas linhas que cruzam as tuas
Emudeço a boca e fecho a porta
Deito na cama de pregos
Um faquir!
imaginando o texto sincero pretexto
Tranço realidade na espera mística
Fico estática
Embarco no primeiro vôo
Sento na areia e sinto o afiar das marés
tocando minha sombra comprida
Molho o sorriso nas frases que são tuas
pelas ruas que podemos ir
Murmuro o refrão onde
nos encontramos secretamente
Sua gaita afinada traz visões de eclipse.
O regresso é mais cobiçado do que a partida.
Todos os dias, em notas musicais e saudações...
visitamo-nos
linha por linha
de tal modo, flower in the sun.

Desirée Gomes

Enxame

Me chame!
nem precisa gritar
basta apenas murmurar
me chame!
que eu sou só ouvidos
sou compreensão
Me chame!
que eu vou mais rápido que um enxame
depois de um desastrado ataque na colmeia
Me chame
derrame todo o seu charme
não mude de ideia!
Eu espero sempre alerta
a sua voz que desperta o meu coração
Me chame agora então!
eu vou para onde você me levar
Veneza ou qualquer outro lugar
que encontre ou lembre o mar
Me chame e inflame
ainda mais essa paixão
qual um lampião
que no meio da noite
se espatifou no chão
e queimou toda a mobília
chamuscou as paredes frias
destelhou o teto
mas não conseguiu
superar nem de perto
as labaredas do meu desejo!


Carlos Gutierrez

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Nuages

Entonner nuages dans le ciel

Propreté étoiles

tous les dieux se déshabiller

Déplier

tous les regards

pur ou sordides

sulime ou morbide

profonde ou passagère

Les nuages descendent du ciel

rafraîchit la terre

et refroidir les têtes brûlées

de la folie


Carlos Gutierrez

Uma Escolha

Uma escolha

Que traga um licor
Ou seja
Liquefação doce dos sentidos, os nossos
Como num mergulho
Que naufraga com prazer
O vermelho do colo
Em cada canto, da sala.
Grito sem um timbre
Os abrigos do teu ombro
Aos meu braços gastos
Até desde o encanto
Estacionado na gibeira,
São muitos.
Um sol deitado.
um reino leve.
Uma bebida sem gelo,
nem copo.
Uma frase. Uma linha.
Tudo trivial.
Escolhido surdamente
Abruptamente, talvez
Ao passo de, a escuta de,
Diria meu ranger: a revelia de,
Diria os sentidos, os nossos
Licor, seria um licor doce.


Desirée Gomes

Salve