domingo, 24 de fevereiro de 2008

Clandestino

Eu
um clandestino no teu destino
espinho na flor
dos teus dezoito anos comportados
cercados de rígida obediência
aos teus pais tão dedicados.

Eu
o lírio do delírio
que te envolve
que arranca a tua verdade
expõe a tua culpa
e não te absolve.

Eu
a sombra na tua luz
que te conduz
aos caminhos marginais da vida
que no fundo tanto te seduz.

Eu
um fantasma nos teus devaneios
vulto que com a força de um insulto te apavora
e por todos os meios
sem que hajam límites e freios te devora
até que o teu próprio medo vá embora.

Eu o oposto do teu príncipe encantado
forjado em sonhos ingênuos
na cama frágil da tua adolescência.

Eu
uma chuva a toa
que escoa sobre a janela dos teus olhos
e te revela
a paisagem da nossa eterna primavera.

Eu
teu homem
com tanta fome de te amar
com o desejo ardente de voltar a ser criança
no teu colo tão aconchegante
mais do que qualquer esperança.

Eu
um homem clandestino
que no teu destino
te fez mulher
como tu mereces ser.

Um comentário:

Unknown disse...

QUE BOM Q AINDA HA PESSOAS COMO VC NO MUNDO, TAMANHA SENSIBILIDADE...VC É DAKI MESMO?
EU NÃO SOU
BJS

Salve