quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Decisão



Então


eu não vou mais falar


da dor, do amor, da paixão,


da solidão...


essas saturadas sensações!


Eu vou falar de coisas mais amenas,


mais sutis e pequenas


sem o poder de desdobramentos,


dúvidas e tormentos.


Eu vou falar do tempo presente,


do clima destruturado


que desorienta guarda-chuvas e agasalhos,


que destroem plantações e colheitas


e agitam bolsas e mercados


que arrancam telhados.


Eu vou falar do tempo presente


que sempre espia o passado


e projeta o necessário futuro


do tempo...da pressa...


que nos arremessa a atos descontrolados,


a pressa que nos deixa sempre...


irremediavelmente cansados.


E então...nas corridas diárias,


no racha de idéias e valores


eu não vou nem pensar mais


na dor, no amor, na paixão e na solidão...


Na chuva que passou...


lavou as ruas...e a minha alma!


Eu vou testar a calma aparente,


aquela que, por fora, consente,


mas, por dentro, se agita


mais que um liquidificador


em sua máxima potência.


Eu vou falar...


comigo mesmo


sem que ninguém testemunhe e


apenas o mar murmure ,


quando eu confessar os meus temores!

Um comentário:

laura disse...

Belo,claro até porque como já comentei outras vezes,me impressiona como fazes bom uso da PALAVRA.Mas esse tipo de poema ao meu ver foge um pouco da tua linha é preto e branco,real demais;os teus escritos são pincelados do mais puro amor,matéria prima do teu coração...poeta e poesia,formam um par harmonioso,espalhando esse belo sentimento que os une por onde passam.
Parabéns ao poeta e à sua amada
companheira,amante leal,
que é a POESIA.

Salve