sábado, 17 de julho de 2010

SAMPA

Sampa
que destampa
uma garoa boa
que escoa
uma inédita emoção
na velha e desequilibrada São João
que acolhe beldades e barangas
raridades e bujigangas
e abraça a Ipiranga
sem nenhum pudor
Sampa
percorro suas ruas e rampas
lembro versos de Bárbara
e o meu coração dispara
quando os meus olhos reparam
as esquinas do passado
Sampa que arranca
do meu peito
 um coração machucado
esfolado pelo automóvel tresloucado
que ousou desafiar o seu trânsito
Sampa
que destampa
em cada boteco
uma garrafa de líquidos versos
acompanhadas de petiscos
que preenchem
os interstícios
das nossas vidas
com aromas
de jovens flores
e recentes amores
Sampa
que no seu jardim concreto
consegue realizar
os meus sonhos mais secretos
os meus desejos mais indiscretos
e refresca a minha cuca
pois nela só se ocupa
da minha inocente imaginação


Carlos Gutierrez

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