sábado, 13 de fevereiro de 2010

ÓCIO DÓCIL

Pensamentos! sonhos! convergem...

sinais de afeto também...
Partilhas de silêncio...
e nos assustamos com as nossas próprias reações: ímpetos e medos..
A espuma testemunha...
contemplações recíprocas...
o levitar que os tornam plumas...
o sangue que dissolve desejos...
quando estamos sós é que percebemos toda a dor da ausência...
e desnudamos todos os sentimentos tangíveis ou intangíveis...
e injetamos oceanos em nossos sonhos...
respeito às divergências...
e se redime em puras confissões...
e se estabiliza em carícias
e debruçamos sobre todas as lembranças possíveis...
e gravamos os mais imprevisíveis adornos...
a ternura desliza em muitos momentos da vida...
ainda bem que se tem esse tempo de ócio tão dócil...
e podemos flutuar livremente.
depois do alvoroço de um encontro...a pausa que causa a depuração...
na formação e fixação de imagens simultâneas...
morte e vida! declínio e poder...

Carlos Gutierrez


Ilustração- Lorenzo Mattotti

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