sábado, 22 de maio de 2010

Bandida

Não leve a sério...poesia serve também para transgredir...sair da rotina...vestir a pele de uma personagem...quantas e quantas vezes teatralizamos momentos tétricos!


Bandida
por que você não me tomou
de assalto ainda?
será que eu não valho
a sua investida
Quero lhe entregar tudo:
carteira trocados moedas
documentoss crachás
chaves tolos escudos
até o bandaid da minha ferida
Bandida
de face limpa
cara de pau
encanto de menina
olhar sensual
e voz doce e enfática
face limpa
e olhos declarados
mira o meu coração culpado
mas sem remorsos
de lhe amar tanto
Quero entregar todo o meu ser
até os meus sonhos
que no mundo real ainda
eu não pude converter
Bandida
desejo ser mais um prá sua coleção
daqueles que não esboçaram
nenhuma reação
quando você solapa
rapa tudo!
deixa de calças na mão
sem pena alguma
Bandida
você têm projetos melhores
planos mais ousados
não vai se ocupar
de alguém sem vintém
sem rosto estampado
na coluna social
do influente jornal diário
Bandida
sei dos seus ardis e ciladas
das suas mentiras e intrigas
mas eu como um galo de briga
cego giro tonto
à sua volta
na arena serena da madrugada
Bandida
de olhos e face mascarados
você de certa forma já me furtou
todo o tempo que o meu coração
ficou disparado
atirando para todos os lados
na esperança de receber
a sua recompensa
a prensa nos muros
o susto sobre os meus olhos
o tremor em minhas pernas
o seu domínio que eu tanto quero
Bandida
Gaturna
que prefere as horas noturnas
para agir
só com a lua de testemunha
Larápia
de escapulidas rápidas
espero o seu assédio
o seu veneno o seu remédio
não ser o tédio de um refém


Carlos Gutierrez

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Salve