terça-feira, 21 de julho de 2009

Olhos Suspeitos

Por um tempo olho no fundo das lentes,
por trás seus olhos
Os olhos do suspeito,
dormindo ou acordado?
Entorpecido,
me lança a remoer escritos e
andar no beco dos sonhos alvos.
Flutue aos braços da bailarina,
permita ser levado
a seus guardados,
pra você sem saber,
amor e flor
Sente-se com ela na ponta da estrela
que foi esquecida de contar,
abane a poeira
e ouça seu dia falso
enquanto tomam o café com açúcar
Não esconda os diamantes,
em suas mãos
a riquesa do coração já está posta.
Vou te contar,
em um tempo vestido de amarelo
uma flor tomou
nota do verde do regador
O jardim floreceu,
trouxe ao meu nariz um aroma adocicado
e aos ouvidos o zum-zum das abelhas mensageiras
E agora, ensandecida,
seus passos desejam habitar teu azul.
Enquanto seu assoalho lustroso aguarda,
vou colecionar mais um soneto
Um suspeito, a bailarina, a flor
ou apenas eu.


Desirée Gomes

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Salve