terça-feira, 4 de agosto de 2009

Olhos de Ressaca

E na estreita calçada dos meus sentidos
desfila sua síntaxe enigmática
aos meus olhos de ressaca
Desordenado, breve ou tarde,
clareia com preto e branco
minhas cores zebradas
Sim, as cartas já foram postas
a mesa forrada em tom azulado
um réu a espera do outro a caminhar
pelos trilhos reluzentes do inimáginavel.
Os flocos de neve entram leves como numa valsa
na chaminé voluptuosa sedenta por dizeres abrasivos
Uma efêmera pretenção de seus pensamentos descongelar.
Me faz companhia ao café fraco?
Enquanto isso podemos destilar emoções toleráveis
até que o cálice transborde ao relento
os medos vencidos
os estilhaços se juntam
dizendo um ao outro como frageis são os limites,
um relicário .
Os sonhos, acordada ainda os verei,
desfilando em minha calçada.


Desirée Gomes

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