sexta-feira, 28 de agosto de 2009

DECADÊNCIA

CAÍ
QUEDA
ESTATELA
QUEBRA
OS OSSOS
A COSTELA
A ESPINHA
DORSAL
ESQUIVA
DA QUINA
DO BEIRAL
ADIA
O ABISMO
CISMO
BLUES
ETÍLICOS
CAIO
DESMAIO
OS MEUS SENTIDOS
N'UM BALCÃO
DE FÓRMICA
DE UM BAR
EM REFORMA
AINDA NÃO VOU
ME ACABAR
AMANHÃ UM
CAFÉ FORTE E
AMARGO
IRÁ ME AJUDAR
A LEVANTAR
E FORMATAR
OS MEUS OSSOS
ACALMAR OS MEUS NERVOS
RESSUSCITAR OS MEUS VERSOS
CIRCULAR O MEU SANGUE
IRRIGAR AS MINHAS VEIAS
E ARTÉRIAS
RECONDICIONAR AS BATERIAS
COLOCÁ-LAS EM SINTONIA
COM O MEU CORAÇÃO
QUE PROTEGE
A SUA LEMBRANÇA
DA FERRUGEM
DA CORROSÃO
QUE A DISTÃNCIA ABISSAL
FORJA COM TODA A CORJA
DE MAUS PRESSÁGIOS
CAIO
NA REAL
AMORTEÇO
OS MEUS SONHOS
OS SEUS PRÓLOGOS
SÃO EPÍLOGOS
SUAS TRAMAS
SÃO EMARANHADOS CAPÍTULOS
CAIO
QUEDA
SEM PARA-QUEDAS
AS PERSONAGENS
ASSUMEM
OUTRAS POSTURAS
COMPROMETE-SE ENTÃO
TODA A URDIDURA
DE UM ROMANCE

QUE SE QUER ATURA
SUAS LONGAS PÁGINAS
E NÃO CONVENCE
OS OLHOS
DE NENHUM LEITOR.


Carlos Gutierrez

2 comentários:

intervalo disse...

Bom dia,encontrei gostei permita-me ficar por aqui.Ótimo final de semana.beijoss

Rita Encinas disse...

Querido Carlos, fiz uma indicação de seu blog e te presenteio com o selo "vale a pena ficar de olho nesse blog", ele está em meu blog http://versosencinados.blogspot.com/. Pegue-o e traga pra cá! Amo você!

Salve